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Tensão entre Israel e Síria aumenta após novos bombardeios neste domingo

No segundo ataque em menos de uma semana, 10 combatentes leais ao governo de Bashar al-Assad foram mortos

Crise: o ataque acontece em um contexto de aumento da tensão no Oriente Médio entre Estados Unidos e Irã. (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

Crise: o ataque acontece em um contexto de aumento da tensão no Oriente Médio entre Estados Unidos e Irã. (Ibraheem Abu Mustafa/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de junho de 2019 às 11h58.

Última atualização em 2 de junho de 2019 às 11h59.

Jerusalém — Israel voltou a bombardear neste domingo (02) a Síria, a segunda vez em menos de uma semana, uma operação que deixou 10 mortos entre as forças leais ao governo de Bashar al-Assad, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que ordenou os bombardeios como resposta aos lançamentos de foguetes a partir da Síria contra o território do Estado hebreu.

O ataque acontece em um contexto de aumento da tensão no Oriente Médio entre Estados Unidos e Irã.

Os mísseis israelenses mataram três soldados do exército sírio e sete combatentes aliados estrangeiros, de acordo com o OSDH.

A imprensa estatal síria confirmou os lançamentos de mísseis israelenses nas proximidades da capital, Damasco, e na província de Quneitra (sul), na área das Colinas de Golã, em sua maioria ocupada e anexada por Israel.

A defesa antiaérea síria respondeu aos disparos israelenses, de acordo com a agência oficial Sana, que citou fontes militares.

"Não toleraremos disparos contra nosso território", afirmou Netanyahu em um comunicado, enquanto o exército israelense atribuiu ao regime sírio a responsabilidade por "cada ação executada contra Israel".

O exército israelense anunciou que dois foguetes foram disparados no sábado à noite da Síria com direção ao monte Hermon, nas Colinas de Golã ocupadas.

As Forças Armadas israelenses afirmaram que responderam com ataques contra "duas baterias de artilharia sírias, vários postos de observação e inteligência nas Colinas de Golã e uma bateria de defesa aérea SA-2".

 

"Durante os ataques foi ativado um sistema israelense de defesa aérea devido aos disparos da defensa antiaérea síria. Nenhum foguete explodiu em Israel", afirmou o exército em um comunicado.

Em Damasco, a defesa antiaérea síria atuou contra "mísseis inimigos", lançados a partir de Israel contra posições ao sudoeste da capital, afirmou uma fonte militar síria citada pela agência Sana.

O OSDH informou que os ataques tinham como alvos "depósitos e posições" das forças sírias, das forças iranianas e combatentes do Hezbollah, sobretudo em Kesswa, ao sudoeste de Damasco.

O Observatório indicou que sete combatentes estrangeiros morreram, mas não revelou suas nacionalidades.

O ataque matou três soldados sírios e feriu outros sete em Quneitra, de acordo com a agência Sana.

As Colinas de Golã são um território estratégico, principalmente por seus recursos hídricos, e foram conquistadas por Israel em 1967 durante a guerra israelense-árabe. O local foi anexado em 1981. A ONU o considera um "território ocupado" de forma ilegal.

Os bombardeios anteriores na Síria atribuídos a Israel haviam acontecido em 27 de maio, quando um míssil israelense atingiu a província de Quneitra e matou um soldado sírio.

Em janeiro, o país bombardeou posições iranianas na Síria e matou 21 pessoas, segundo o OSDH.

A guerra na Síria, iniciada em 2011 após a forte repressão a um movimento pacífico pró-democracia, ganhou complexidade ao longo dos anos com a intervenção de potências estrangeiras. O conflito provocou mais de 370.000 mortes e obrigou milhões de pessoas a abandonar suas casas.

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