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Tensão entre Irã e países vizinhos é intensificada

Suposta morte de três dos 48 iranianos sequestrados em Damasco por grupo opositor armado aguça o clima tenso no Oriente Médio

Teerã, capital do Irã: tensão entre o país e seus vizinhos é intensificada após suposta morte de sequestrados (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2012 às 12h30.

Teerã - A suposta morte em um bombardeio do governo de três dos 48 iranianos sequestrados no sábado passado em Damasco por um grupo opositor armado aguçou a tensão entre Irã e alguns de seus países vizinhos, aliados dos Estados Unidos, que apoiam os rebeldes sírios.

Nesta situação, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, realiza nesta terça-feira uma viagem relâmpago à Turquia para tratar o modo de conseguir a libertação dos reféns e, presumivelmente, para reduzir a tensão entre Ancara e Teerã, que batem de frente por causa do conflito na Síria.

Salehi, antes desta viagem, já tinha falado por telefone com seus colegas da Turquia e Catar, dois países que apoiam os rebeldes sírios, para pedir-lhes sua ajuda em relação ao sequestro dos 48 peregrinos do Irã, o mais firme aliado no Oriente Médio do regime de Damasco.

As autoridades turcas já intermediaram para a libertação de 27 dos pelo menos 32 cidadãos iranianos sequestrados na Síria desde dezembro do ano passado por grupos armados opositores ao regime de Damasco, antes do novo sequestro do sábado passado.


Em uma região onde a tensão e a incerteza são muito altas por causa das tensões geradas pelo programa nuclear de Teerã - que envolvem Israel, EUA, UE e diversos países da área - a questão da Síria, aliada estratégica de Rússia e Irã, pode fazer surgir confrontos incontroláveis.

A importância energética global da região é outro dos motivos de alarme para os Governos mundiais e locais. A Arábia Saudita convocou uma reunião extraordinária de governantes muçulmanos na próxima semana em Meca, à qual está convidado Irã, seu maior rival no Golfo Pérsico.

Enquanto isso, o Irã enviou esta terça-feira, através da Embaixada da Suíça em Teerã, uma nota a Washington na qual a responsabiliza pelo destino dos 48 sequestrados, ao mesmo tempo em que diz que Ancara e Doha, apoiadores dos opositores na Síria, devem tomar medidas para facilitar sua libertação.

Segundo disse o vice-ministro de Exteriores para Assuntos Árabes e Africanos, Hussein Amir Abdolahian, o Irã acusa os EUA de "apoiarem grupos terroristas e enviarem armas à Síria", por isso que os considera responsáveis pelas vidas de sequestrados em Damasco e exige que tome medidas para libertá-los.


Em todo caso, Abdolahian não pôde confirmar que três dos reféns tenham morrido, como assegurou o Exército Livre Sírio (ELS), que assumiu o sequestro e ameaçou matar os outros reféns se os bombardeios governamentais sobre a região onde se encontram não pararem.

O ELS afirmou que há militares do corpo especial iraniano dos Guardiães da Revolução entre os 48 capturados, o que Teerã negou.

Previamente, os rebeldes sírios e os EUA acusaram repetidamente o Irã de apoiar militarmente o regime sírio com armas, pessoal e assessoria.

O Irã assegurou que os EUA, seus aliados ocidentais e alguns Governos muçulmanos coligados a Washington, especialmente a Arábia Saudita, Catar e Turquia, armam os grupos opositores sírios, aos quais considera terroristas.

Enquanto Salehi viajava para a Turquia, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Saeed Jalili, chegou esta terça-feira a Damasco, no meio das tensões criadas por este caso.


Jalili condenou "o sequestro dos peregrinos iranianos por grupos armados terroristas" e responsabilizou os países que apoiam os rebeldes sírios, em referência aos EUA e seus aliados, pelo destino dos capturados.

"Nós utilizaremos toda nossa capacidade para libertar estas pessoas", disse o alto funcionário do Irã.

Em Teerã, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, geral Seyed Hassan Firuzabadi, não duvidou em responsabilizar sauditas, catarianos e turcos "pelo sangue derramado na Síria" e pelo sequestro dos peregrinos iranianos.

O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, advertiu na sessão da Câmara, após fazer referência à situação na Síria e ao sequestro dos 48 iranianos, que "o Irã nunca esquecerá os crimes cometidos pelos EUA e seus aliados", assinalando que "eles receberão a resposta em seu devido tempo".

Eventos e declarações se sucedem e a economia sofre seu impacto, com o preço do petróleo em níveis muito altos - a média do barril da Opep já está perto dos US$ 106 - enquanto a moeda iraniana desaba.

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Nesta situação, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, realiza nesta terça-feira uma viagem relâmpago à Turquia para tratar o modo de conseguir a libertação dos reféns e, presumivelmente, para reduzir a tensão entre Ancara e Teerã, que batem de frente por causa do conflito na Síria.

Salehi, antes desta viagem, já tinha falado por telefone com seus colegas da Turquia e Catar, dois países que apoiam os rebeldes sírios, para pedir-lhes sua ajuda em relação ao sequestro dos 48 peregrinos do Irã, o mais firme aliado no Oriente Médio do regime de Damasco.

As autoridades turcas já intermediaram para a libertação de 27 dos pelo menos 32 cidadãos iranianos sequestrados na Síria desde dezembro do ano passado por grupos armados opositores ao regime de Damasco, antes do novo sequestro do sábado passado.


Em uma região onde a tensão e a incerteza são muito altas por causa das tensões geradas pelo programa nuclear de Teerã - que envolvem Israel, EUA, UE e diversos países da área - a questão da Síria, aliada estratégica de Rússia e Irã, pode fazer surgir confrontos incontroláveis.

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Enquanto isso, o Irã enviou esta terça-feira, através da Embaixada da Suíça em Teerã, uma nota a Washington na qual a responsabiliza pelo destino dos 48 sequestrados, ao mesmo tempo em que diz que Ancara e Doha, apoiadores dos opositores na Síria, devem tomar medidas para facilitar sua libertação.

Segundo disse o vice-ministro de Exteriores para Assuntos Árabes e Africanos, Hussein Amir Abdolahian, o Irã acusa os EUA de "apoiarem grupos terroristas e enviarem armas à Síria", por isso que os considera responsáveis pelas vidas de sequestrados em Damasco e exige que tome medidas para libertá-los.


Em todo caso, Abdolahian não pôde confirmar que três dos reféns tenham morrido, como assegurou o Exército Livre Sírio (ELS), que assumiu o sequestro e ameaçou matar os outros reféns se os bombardeios governamentais sobre a região onde se encontram não pararem.

O ELS afirmou que há militares do corpo especial iraniano dos Guardiães da Revolução entre os 48 capturados, o que Teerã negou.

Previamente, os rebeldes sírios e os EUA acusaram repetidamente o Irã de apoiar militarmente o regime sírio com armas, pessoal e assessoria.

O Irã assegurou que os EUA, seus aliados ocidentais e alguns Governos muçulmanos coligados a Washington, especialmente a Arábia Saudita, Catar e Turquia, armam os grupos opositores sírios, aos quais considera terroristas.

Enquanto Salehi viajava para a Turquia, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Saeed Jalili, chegou esta terça-feira a Damasco, no meio das tensões criadas por este caso.


Jalili condenou "o sequestro dos peregrinos iranianos por grupos armados terroristas" e responsabilizou os países que apoiam os rebeldes sírios, em referência aos EUA e seus aliados, pelo destino dos capturados.

"Nós utilizaremos toda nossa capacidade para libertar estas pessoas", disse o alto funcionário do Irã.

Em Teerã, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, geral Seyed Hassan Firuzabadi, não duvidou em responsabilizar sauditas, catarianos e turcos "pelo sangue derramado na Síria" e pelo sequestro dos peregrinos iranianos.

O presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, advertiu na sessão da Câmara, após fazer referência à situação na Síria e ao sequestro dos 48 iranianos, que "o Irã nunca esquecerá os crimes cometidos pelos EUA e seus aliados", assinalando que "eles receberão a resposta em seu devido tempo".

Eventos e declarações se sucedem e a economia sofre seu impacto, com o preço do petróleo em níveis muito altos - a média do barril da Opep já está perto dos US$ 106 - enquanto a moeda iraniana desaba.

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