Tempestades na Grécia, Turquia e Bulgária deixam 14 mortos
As inundações, pouco registradas na área costeira do Mar Negro, são cada vez mais comuns devido ao impacto das mudanças climáticas e à manutenção precária da infraestrutura
Agência de notícias
Publicado em 6 de setembro de 2023 às 17h08.
Última atualização em 6 de setembro de 2023 às 20h36.
Pelo menos 14 pessoas morreram devido às chuvas torrenciais que atingiram nos últimos dias Turquia , Bulgária e Grécia,que acaba de sair de uma onda devastadora de incêndios.
O recente período de calor extremo deu lugar a fortes tempestades, que transformaram as ruas do noroeste da Turquia em rios e castigaram a Grécia com chuvas sem precedentes, enquanto o país se recupera de semanas de incêndios florestais.
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Na Turquia, o balanço mais recente é de sete mortos, dois deles em Istambul. Uma pessoa continua desaparecida na província de Kirklareli, no noroeste do país.
O ministro do Interior, Ali Yerlikaya, reportou 31 feridos, oito deles ainda hospitalizados em Istambul.
Nesta cidade, as chuvas chegaram após um verão particularmente seco, no qual as represas que abastecem 16 milhões de habitantes chegaram ao seu nível mais baixo em nove anos.
Na vizinha Bulgária, pelo menos quatro pessoas morreram na terça-feira na costa do Mar Negro: um operário de 61 anos, um homem de 51, e duas mulheres, uma professora de 54 anos e sua filha de 30, surpreendidas pela cheia de um rio enquanto cruzavam uma ponte de carro.
Segundo o chefe do corpo de bombeiros, Alexandar Dzhartov, as chuvas registradas em 24 horas equivalem a vários meses de precipitações — as mais intensas na região desde 1994.
As inundações, pouco registradas na área costeira do Mar Negro, são cada vez mais comuns devido ao impacto das mudanças climáticas e à manutenção precária da infraestrutura.
Três mortos na Grécia
Enquanto isso, na Grécia, que faz fronteira com Turquia e Bulgária, três pessoas morreram desde a noite de segunda-feira devido à tempestade conhecida como "Daniel".
A tempestade afeta principalmente a região central de Magnésia e sua capital, Volos, 300 quilômetros ao norte de Atenas.
"Tudo o que foi salvo do incêndio que tivemos em julho foi destruído por essas tempestades", disse Christos Kleftakis, de 49 anos, em Nea Anchialos, perto da cidade de Volos.
"É algo sem precedentes. Esses fenômenos meteorológicos severos, a força da chuva, o vento. Nunca vi nada assim antes", acrescentou.
A região de Magnésia registrou precipitações entre 600 e 800 milímetros em 24 horas, informou um meteorologista nesta quarta-feira, 6.
"É um fenômeno inédito para os dados meteorológicos do país", que começaram a ser registrados em 1955, informou Dmitris Ziakopoulos, vice-presidente do centro de estudos de gestão de emergências do ministério da Crise Climática.
Uma mulher de 87 anos, desaparecida desde a terça-feira, foi encontrada morta nesta quarta na cidade de Paltsi, em Magnésia, disse o porta-voz dos bombeiros, Yannis Artopios, à emissora pública Ert.
Na terça-feira, um homem de 51 anos foi encontrado morto perto de Volos depois de ser arrastado por uma enchente. Outro corpo também foi encontrado no departamento de Karditsa.
À medida que o mundo aquece, a atmosfera contém mais vapor d'água, o que aumenta o risco de fortes precipitações em algumas partes do mundo, principalmente na Ásia, na Europa Ocidental e na América Latina.
Combinados com outros fatores, como a urbanização, esses eventos de chuvas fortes provocam inundações.