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Temperatura da Terra aumentará 3,6°C se nada for feito

No cenário traçado pela AIE, agência de energia dos países desenvolvidos, emissões de gases do efeito estufa relacionados com energia aumentarão em 20% até 2035

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 08h38.

Paris - A temperatura global aumentará 3,6°C em longo prazo, a menos que os governos revisem seus objetivos para combater as mudanças climáticas, declarou nesta terça-feira a Agência Internacional de Energia (AIE) em um relatório que coincide com a realização da cúpula da ONU sobre o clima, em Varsóvia.

No cenário traçado pela AIE, a agência de energia dos países desenvolvidos, as emissões de gases do efeito estufa relacionados com a energia, e que representam cerca de dois terços das emissões totais, aumentarão em 20% até 2035, se implementadas as metas atuais anunciadas pelos Estados.

"Este cenário leva em conta o impacto das medidas anunciadas pelos governos para melhorar a eficiência energética, apoiar as energias renováveis​, reduzir os subsídios aos combustíveis fósseis e, em alguns casos, definir um preço para o CO2", explica a AIE em seu relatório anual apresentado em Londres.

A agência alerta que o aumento de 20% destas emissões "energéticas" (causadas principalmente pela queima de carvão e petróleo, mas também de gás) "colocará o planeta em um caminho coerente de um aumento médio da temperatura em longo prazo de 3,6°C, bem acima da meta de 2º em nível internacional".

A Agência Internacional de Energia publicou nesta terça suas previsões para o consumo mundial de petróleo até 2035, quando serão consumidos cerca de 101 milhões de barris por dia (mbd), um aumento de cerca de 14 mbd em um quarto de século.

A agência também publicou nesta terça suas previsões para o consumo mundial de petróleo até 2035, quando serão consumidos cerca de 101 milhões de barris por dia (mbd), um aumento de cerca de 14 mbd em um quarto de século. Isso significaria um consumo de 16,1 bilhões de litros de petróleo por dia.


No que se refere ao carvão, o mais poluente, mas que continua a ser a principal fonte de energia dos dois países mais populosos (China e Índia), a AIE prevê um aumento no consumo de 17% até 2035 (dois terços desse aumento ocorreria antes de 2020).

A razão é que o carvão continua a ser mais barato do que o gás em muitas regiões do mundo e, portanto, "as opções políticas na China" sobre esta questão serão fundamentais, ressalta a IEA.

Por sua vez, a produção de energia nuclear aumentará em dois terços, "impulsionada pela China, Coreia do Sul, Índia e Rússia".

Apesar deste panorama desolador, a agência prevê um desenvolvimento significativo das energias renováveis​​, especialmente a energia elétrica, e prevê que em 2035 este tipo de energia será responsável por 30% do total consumido.

No relatório, a AIE cita quatro pistas para melhorar a "competitividade da energia", mas sem afetar negativamente o crescimento econômico: melhorar a eficiência energética, limitar usinas a carvão ineficientes, minimizar as emissões de metano de petróleo e gás e reformar os sistemas de subsídios às energia fóssil, o que em alguns países deprimem artificialmente os preços.

A publicação deste relatório coincide com a 19ª conferência climática da ONU em Varsóvia, onde 190 países discutem esta semana as bases para um grande acordo para limitar as emissões de gases do efeito estufa para que a temperatura não suba mais de 2°C, a ser assinado em Paris, em 2015.

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