TAV com verba pública não vale a pena, reafirma Serra
Recife - "Trem-bala com dinheiro público não vale a pena, vai dar prejuízo, não tem demanda". A opinião, do candidato tucano à Presidência da República, José Serra, foi reafirmada hoje na sua visita a Pernambuco, durante entrevista à Rádio Jornal, pela manhã, em Recife. Para ele, se a iniciativa privada estiver disposta a bancar o […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Recife - "Trem-bala com dinheiro público não vale a pena, vai dar prejuízo, não tem demanda". A opinião, do candidato tucano à Presidência da República, José Serra, foi reafirmada hoje na sua visita a Pernambuco, durante entrevista à Rádio Jornal, pela manhã, em Recife.
Para ele, se a iniciativa privada estiver disposta a bancar o projeto, nada tem contra. Mas é contrário ao uso de dinheiro público ou financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o trem-bala.
Na sua estimativa, o projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) deverá custar mais de R$ 50 bilhões. Com o dinheiro público, se eleito, ele vai preferir investir em projetos mais importantes para o País, a exemplo da Ferrovia Transnordestina, "que não está sendo feita", completaria a Norte-Sul e faria metrôs de capitais como Recife, Fortaleza, Belo Horizonte e Salvador.
Pré-sal
Contra a discussão do pré-sal, no Congresso, em ano eleitoral - "isso é coisa para longo prazo" - o candidato do PSDB disse que conversou com o presidente Lula sobre o assunto. Para Serra, o tema deveria ser discutido em 2011, em uma reunião com a participação dos governadores dos Estados produtores de petróleo - Espírito Santo e Rio de Janeiro.
"Faz no ano que vem, com calma, não é nada que precise matar cachorro a grito". O tucano disse que "Lula concordou plenamente", mais uma vez buscando mostrar sua proximidade com o presidente. Serra observou que a impressão que se tem "é que o pré-sal está na esquina", mas daqui a 10 anos é que se espera uma produção razoável, e uma produção plena somente em 15 anos.
Segundo ele, além de não haver pressa, o assunto joga Estados contra Estados e divide o Brasil. "Foi um erro do ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, e de Dilma, então chefe da Casa Civil, que colocaram a divisão dos royalties na mesa".
Ele disse que não irá permitir que se tire recursos, dentro do atual projeto, das regiões produtoras que estão vivendo do petróleo. E citou a cidade de Campos, no Rio de Janeiro, que recebe quase R$ 1 bilhão por ano. "Se tira da noite para o dia tem que fechar, é guerra civil". Para o tucano, "tem que ter projeto que beneficie Estados e municípios, mas quem produz tem um a mais em qualquer lugar do mundo".