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Tanques e canhões aumentam temor de guerra na Ucrânia

Tanques e canhões avançavam na direção de Donetsk, principal reduto separatista pró-Rússia no leste ucraniano, e provocavam o temor de uma guerra total


	Soldados russos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia
 (Alexander Khudoteply/AFP)

Soldados russos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia (Alexander Khudoteply/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 11h45.

Shakhtarsk - Tanques e canhões avançavam nesta segunda-feira na direção de Donetsk, o principal reduto separatista pró-Rússia no leste da Ucrânia, e provocavam o temor de uma guerra total, apesar das advertências ocidentais a Moscou.

Jornalistas da AFP observaram veículos blindados e caminhões de transporte de canhões.

Também viram seis tanques e dois veículos blindados perto de Shakhtarsk, a poucos quilômetros do local da queda, em julho, do voo MH17, que matou 298 pessoas, que receberão uma homenagem na Holanda.

Em Makiivka, perto de Donetsk, os correspondentes também observaram uma coluna de 15 caminhões sem placa, 14 deles com um canhão de 122 mm. Os veículos, que seguiam para Donetsk, estavam cobertos por lonas, com exceção de um, no qual era possível constatar caixas de munições.

Desde sexta-feira, Kiev denuncia a entrada a partir da Rússia de tanques e peças de artilharia na direção do leste separatista pró-Rússia.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu a Moscou que retire suas tropas e impeça a chegada de novos reforços à Ucrânia.

O governo dos Estados Unidos também expressou preocupação com a intensificação dos combates nas regiões separatistas. A Casa Branca recordou que qualquer tentativa dos insurgentes de controlar uma área maior de território constituiria uma "violação flagrante" dos acordos de cessar-fogo.

Em sete meses de conflito, quase 4.000 pessoas morreram na Ucrânia.

Kiev anunciou uma investigação por "terrorismo" após a explosão de uma bomba que deixou 11 feridos em um bar de Kharkiv (leste), onde eram arrecadados recursos para os soldados ucranianos.

A situação na região piorou consideravelmente após as eleições separatistas de 2 de novembro, que deixaram em situação crítica os acordos de paz assinados em setembro por Kiev e pelos separatistas pró-Rússia, com mediação da Rússia e da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa).

A Rússia, que disse "respeitar" o resultado da votação, pediu a Kiev um diálogo com os líderes separatistas, mas o governo do presidente ucraniano Petro Poroshenko chama os insurgentes de "terroristas".

Em Donetsk, os disparos de artilharia prosseguiram durante a noite de domingo, com menos intensidade que no dia anterior.

Pela proximidade dos disparos do centro da cidade, a probabilidade é de que os rebeldes estão atirando, a partir de posições nas proximidades de Donetsk, contra as forças ucranianas na região do aeroporto, cenário de combates intensos há vários meses.

Também foram registrados combates em Nikishine, a 15 km de Grabove, onde caíram os destroços do avião que viajava entre Amsterdã e Kuala Lumpur, derrubado em 17 de junho por um míssil disparado a partir da zona controlada pelos separatistas.

A Holanda, que perdeu 193 cidadãos na tragédia e comanda a investigação, organiza nesta segunda-feira uma grande cerimônia em Amsterdã, na presença de 1.600 parentes das vítimas, o primeiro-ministro Mark Rutte e o casal real.

O governo holandês informou que talvez não sejam encontrados nunca os pedaços de corpos das nove pessoas que ainda faltam para completar os trabalhos de recuperação.

A tragédia do MH17 comoveu a opinião pública ocidental, que questiona a responsabilidade do presidente russo Vladimir Putin, e provocou fortes sanções econômicas americanas e europeias contra a Rússia. As causas da catástrofe aérea, no entanto, ainda não foram determinadas.

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