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Suu Kyi pode ajudar a relaxar sanções a Mianmar

A vencedora do prêmio Nobel da Paz aterrissou hoje em Washington para iniciar uma visita de 17 dias

Aung San Suu Kyi em Sorbonne: Segundo fontes de seu partido, ela encontrará o presidente Barack Obama (Thomas Samson/AFP)
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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2012 às 21h13.

Washington - A principal opositora birmanesa, Aung San Suu Kyi, chegou nesta segunda-feira a Washington para iniciar uma longa viagem pelos Estados Unidos que pode incluir uma recepção na Casa Branca e, segundo analistas, também um relaxamento das sanções americanas ao país asiático.

A vencedora do prêmio Nobel da Paz aterrissou hoje em Washington para iniciar uma visita de 17 dias cuja agenda principal começará na terça-feira com uma reunião com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.

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Segundo fontes de seu partido, também encontrará o presidente Barack Obama, embora a Casa Branca não tenha confirmado.

A enorme aprovação que sua figura desperta na sociedade americana levou inclusive a primeira-dama, Michelle Obama, a convidá-la a passar uma noite na Casa Branca, de acordo com o jornal ''Los Angeles Times''.

Esse convite poderia incluir um jantar com Barack Obama como anfitrião e os ex-presidentes George W. Bush e Bill Clinton como convidados, além do presidente da Microsoft, Bill Gates.

Suu Kyi chega a Washington depois que o regime birmanês anunciou a libertação de 514 presos políticos, uma das condições que o governo dos EUA havia posto para suavizar as duras restrições impostas a Mianmar.

Espera-se que a opositora coloque em suas reuniões esse tema a pedido do presidente birmanês, Thein Sein, que participará por sua parte da Assembleia Geral da ONU na próxima semana e também quer reunir-se com Obama.

Na quarta-feira, Suu Kyi receberá a Medalha de Ouro do Congresso americano, a maior honra que os legisladores podem conceder a um civil, por ''sua liderança e compromisso com os direitos humanos e por promover a liberdade, a paz e a democracia em Mianmar'', segundo o presidente da Câmara baixa, o republicano John Boehner.


A líder da Liga Nacional pela Democracia, de 67 anos, sofreu uma prisão domiciliar durante mais de 15 anos e não ocupou uma cadeira por seu partido no Parlamento birmanês até julho deste ano, depois da dissolução da Junta Militar do país e que o ex-general Sein assumiu as rédeas de um governo civil.

Após entregar prêmios a outros cinco ativistas birmaneses no centro de estudos National Endowment for Democracy na quinta-feira, Suu Kyi viajará para Nova York para receber outro prêmio, o ''Global Citizenship'', outorgado pelo Conselho Atlântico.

Sua presença na Assembleia Geral da ONU não está confirmada, mas alguns meios americanos asseguram que discursará perante o plenário e assistirá a um encontro de alto nível organizado pelo secretário-geral, Ban Ki-moon, embora sem coincidir com Sein.

O presidente birmanês confia que Obama acabe com uma proibição às importações e algumas restrições a transações bancárias que seguem em vigor apesar do relaxamento progressivo das sanções e muitos analistas acham provável que Suu Kyi o respalde nesse objetivo.

Outros esperam que se enfoque em assuntos com os quais esteve ''pouco comprometida'', como a violência no estado Rakhine, onde distúrbios entre muçulmanos e budistas deixaram 88 mortos em junho.

''Palcos como o dos Estados Unidos e o da ONU seriam o fórum perfeito para tomar uma posição forte a favor dos direitos humanos nesse assunto'', disse ao ''Los Angeles Times'' Benjamin Zawacki, um analista independente.

Após visitar Washington e Nova York, Suu Kyi viajará para Kentucky para dar um discurso na Universidade de Louisville, e depois a Fort Wayne (Indiana), uma das localidades com maior população birmanesa nos EUA, onde falará em birmanês em um discurso no Memorial Coliseum.

Suu Kyi viajará também a Los Angeles e San Francisco, onde fechará sua terceira visita ao exterior desde sua eleição ao Parlamento, após a que fez em maio à Tailândia e sua viagem europeia em junho por Suíça, Noruega, Reino Unido, Irlanda e França.

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