Sushi japonês é retirado de cardápios por temor de radiação
Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia, Malásia, Índia, Cingapura e Filipinas estão fazendo inspeção em alimentos importados
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2011 às 13h55.
Hong Kong - Hotéis de luxo e restaurantes estão retirando de seus cardápios pratos que contém ingredientes japoneses por causa do receio de contaminação por radiação após os acidentes nas instalações nucleares do Japão.
“A segurança dos nossos clientes é nossa prioridade”, disse Sari Yong, porta-voz da Shangri-La Asia Ltd., maior empresa de hotéis de luxo da região por valor de mercado, com 71 unidades em todo o mundo. “Por precaução suspendemos temporariamente a importação de alimentos in natura do Japão.”
O principal hotel da rede Mandarin Oriental International Ltd. em Hong Kong e o Four Seasons da cidade suspenderam a compra de alimentos do Japão. Os governos dos Estados Unidos e Reino Unido recomendaram a seus cidadãos que avaliem sair o Japão enquanto as autoridades tentam conter os vazamentos em quatro reatores nucleares em Fukushima, ao norte de Tóquio.
“Até que a situação se estabilize no país, parece improvável que os clientes sintam-se à vontade para consumir alimentos do Japão”, disse Sally De Souza, gerente de relações públicas para o grupo Mandarin Oriental.
Comércio de peixes
A Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia, Malásia, Índia, Cingapura e Filipinas estão fazendo inspeção de importações de alimentos japoneses para detectar possíveis traços de radioatividade.
A relutância em comprar peixes e frutos do mar do Japão está afetando o comércio.
“Não estamos vendendo nada porque não há clientes”, disse Kengo Kumamoto, funcionário da atacadista Miyake Fisheries no Mercado Tsukiji em Tóquio.
Os restaurantes de sushi em Tóquio também estão sendo afetados. O restaurante Tsukiji Sushi Ichiban localizado atrás do mercado atacadista de peixes, normalmente cheio, estava vazio hoje à tarde.
“Tínhamos muitos clientes até a última sexta-feira”, disse o chef de 59 anos, Shinichi Niiyama. “As vendas estão em queda, perdemos cerca de 70 por cento, e muito disso é pela falta de turistas.”