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Sobe para 91 número de mortos em explosão no México

As autoridades buscam determinar se a perfuração e explosão da tubulação de combustível aconteceram devido a uma ação criminosa de um grupo

91 pessoas morreram com a explosão de um oleoduto no México (Henry Romero/Reuters)

91 pessoas morreram com a explosão de um oleoduto no México (Henry Romero/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 07h20.

A Justiça do México investiga várias hipóteses sobre as causas da explosão de uma tubulação de combustível que matou 91 pessoas no centro do país, quando era saqueada por centenas de civis, e não descarta uma eventual negligência de parte das autoridades.

O gabinete do procurador-geral, Alejandro Gertz, busca determinar se a perfuração e explosão da tubulação foi obra de uma organização criminosa ou se corresponde a pessoas que agiram de forma individual, disseram seus funcionários nesta segunda-feira (21) em uma coletiva de imprensa.

Gertz declarou que a hipótese de negligência das autoridades responsáveis pela tubulação "é um tema fundamental".

"A cronologia dos fatos tem que ficar absolutamente clara e precisa, por isso vamos chamar todas as autoridades que intervieram para que deponham na averiguação (...) para que tenhamos perfeitamente claro o que foi que aconteceu".

O procurador-geral informou que os depoimentos serão coletados esta semana e incluirão funcionários da secretaria de Defesa Nacional, da Polícia, da petroleira estatal Pemex, do governo e do Ministério Público do estado de Hidalgo, onde ocorreu a tragédia.

Todas as linhas de investigação

Na tarde de sexta-feira, o duto foi perfurado, provocando um vazamento de gasolina, o que atraiu uns 700 moradores da localidade de Tlahuelilpan, inclusive famílias inteiras, que coletavam com baldes e galões o combustível quando foram surpreendidos pela explosão.

No domingo, o governo apresentou uma cronologia da tragédia, mostrando que se passaram quase quatro horas desde que foi detectado o vazamento até a suspensão do bombeamento de combustível.

O promotor disse também que os assassinatos em janeiro de três chefes de quadrilhas de roubo de combustível em Hidalgo tampouco podem ser descartados na investigação da tragédia.

"Todas as linhas que conduzem ao conhecimento do que ocorreu ali são parte" da investigação, acrescentou Gertz.

O governador de Hidalgo, Omar Fayad, atualizou o número de mortos para 91, após o falecimento, nesta segunda-feira, de duas pessoas que estavam hospitalizadas.

"Temos, infelizmente (...), 52 feridos queimados e a grande maioria deles está muito grave, com expectativas muito ruins", acrescentou Fayad em declarações à emissora de rádio Grupo Fórmula.

- Longo processo de identificação -

Em Tlahuelilpan, a localidade onde ocorreu a explosão, se sucediam desde o domingo os funerais de alguns dos mortos, enquanto outras famílias continuavam procurando seus entes queridos em hospitais ou aguardavam os resultados de exames de DNA para determinar as identidades.

O governo estadual informou no domingo que o processo de identificação dos corpos pode levar dias, semanas ou meses.

A tragédia ocorreu em um momento em que o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador executa uma estratégia nacional contra o "huachicoleo", ou roubo de combustível, delito que tem gerado perdas anuais de 3 bilhões de dólares ao país, segundo dados oficiais.

Enquanto isso, os governos de Estados Unidos e Canadá expressaram condolências no fim de semana e ofereceram ajuda ao México para enfrentar a tragédia.

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