Sobe para 48 o número de mortos durante crise na Nicarágua
Durante manifestações contra o governo de Daniel Ortega, 48 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas
EFE
Publicado em 11 de maio de 2018 às 13h28.
Manágua - Uma série de ataques contra manifestantes e estudantes universitários que protestam na Nicarágua contra o governo de Daniel Ortega elevou para 48 o número de mortos em meio à crise no país, segundo informou o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) nesta sexta-feira.
Os ataques, que deixaram um morto e dezenas de feridos, ocorreram entre a noite de ontem e a madrugada desta sexta-feira em bairros do leste de Manágua, a mesma da Universidade Politécnica da Nicarágua (Upoli), que serve de refúgio para os universitários que protestam contra o governo.
Também houve incidentes nos arredores da Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (UNAM), a maior do país, que está ocupada pelos estudantes.
A vítima foi um jovem de 18 anos do leste de Manágua, que foi atingido por um disparo de membros da Juventude Sandinista, segundo denunciaram os habitantes ao Cenidh.
Tantos os estudantes da Upoli como os da UNAM denunciaram que o número de vítimas poderia ser maior, mas contaram com o apoio da população que, ao saber dos ataques, se aglomeraram a pé, em carro e em motocicletas, ao redor dos campus para servir de escudo contra os policiais.
A Nicarágua completa nesta sexta-feira 24 dias de uma crise causada por grandes manifestações a favor e contra o presidente Ortega, que começaram com protestos em rejeição à reforma da Previdência e que continuaram embora o governo tenha revogado as mudanças devido aos mortos por causa da repressão.
A Nicarágua está pendente do começo do diálogo que será realizado entre o governo e o setor privado, com a Conferência Episcopal como mediadora, mas ainda não foi estabelecida uma data para o encontro.