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Situação dos órfãos de Lampedusa comove a Itália

Sobreviventes da última tragédia na costa da Sicília, seis pequenos órfãos sírios estão numa casa de adoção e agora podem dormir em um lugar quente e acolhedor

Crianças: seis crianças são sobreviventes da tragédia nas águas de Malta no último dia 11 e ficaram conhecidas como "órfãos de Lampedusa" (Suhaib Salem/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 08h23.

Roma - Sobreviventes da última tragédia na costa da Sicília, seis pequenos órfãos sírios estão em uma casa de adoção em Agrigento e agora podem dormir em um lugar quente e acolhedor, no entanto, outros 32 menores sem pais ainda esperam na ilha de Lampedusa.

A história comoveu a Itália nos últimos dias. As seis crianças são sobreviventes da tragédia nas águas de Malta no último dia 11 e ficaram conhecidas como "órfãos de Lampedusa", seja porque perderam seus pais ou porque embarcaram sem eles para a Europa em busca de um futuro que não tinham em seus países de origem.

Das seis crianças, três delas são irmãos, sendo um casal de gêmeos de três anos, e um menino de 18 meses. A menina diz que se chama Yara e o irmão Joseph. Os dois não se desgrudam um só minuto do irmão menor, a quem em Lampedusa chamavam de Salvatore, um nome típico também na Sicília.

Os militares da Marinha italiana explicam que os três irmãos se salvaram graças à ajuda dada pelos próprios sobreviventes enquanto ainda estavam na água. Porém, ninguém sabe o que aconteceu com os pais deles.

Dos outros três menores da casa de adoção, há uma menina de um ano e quatro meses; e dois meninos, um de quatro e outro de sete anos. A mais nova, aparentemente, poderá ter um final feliz. Mobilizadas, as autoridades italianas acharam uma mulher em um abrigo de Valletta, em Malta, que deu a descrição de sua filha e alguns detalhes, como o fato de estar com uma correntinha no pescoço, que coincidem com a menina da casa de adoção.

A porta-voz da Save the Children em Lampedusa, Viviana Valastro, explicou à agência Efe que no lar de adoção da ilha ficam somente os 32 menores não acompanhados.

"Até a última sexta-feira havia 67 menores. Agora, ficaram os maiores, 14 e 17 anos. Mas continuamos com muitas crianças sem pai nem mãe esperando poder sair daqui", explicou Valastro.


De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Segurança Pública italiana, só neste ano chegaram ao país 6.297 menores, dos quais 4.056 sem os pais. A eles dão a insensível sigla de MISNA (menor estrangeiro não acompanhado).

Diante deste drama, as associações humanitárias da ilha levantaram a voz nesta semana para que o governo italiano se mobilize e aprove "uma proposta de lei extraordinária" que conceda amparo ou, ainda melhor, a adoção destes menores.

"A situação é dramática, mas para estas crianças é ainda pior e mais dolorosa, porque estão sós, sem referência, longe de seus familiares, obrigados a ficar fechados em estruturas totalmente insuficientes", explicou o responsável da Fundação Formiche Giovanni, Elisabetta Parise.

Os menores que chegam à Itália, embora sejam imigrantes ilegais, estão garantidos pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e têm direito de ter uma residência e estudar.

Os militares encarregados de salvar os imigrantes do mar estão aguardando das autoridades italianas uma resposta ao pedido feito sobre eles mesmos poderem acolher em suas casas os pequenos que eles salvaram.

Mas eles não são os únicos interessados em ajudar. Muitas famílias de Lampedusa que convivem todos os dias com a dor destas crianças também pediram para acolher os menores enquanto se resolve a situação jurídica.

A associação Ai.Bi - Amici dei Bambini (Amigos das Crianças) lançou um projeto para criar uma base de famílias de toda Itália dispostas a acolher estes menores. Já há 100 inscritos que se declaram preparados para acolher em suas casas alguns dos "órfãos de Lampedusa".

Porém está história parece estar longe do fim. A prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini, em entrevista ao jornal "Avvenire" declarou que "falta controle" para administrar a situação dos menores.

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A história comoveu a Itália nos últimos dias. As seis crianças são sobreviventes da tragédia nas águas de Malta no último dia 11 e ficaram conhecidas como "órfãos de Lampedusa", seja porque perderam seus pais ou porque embarcaram sem eles para a Europa em busca de um futuro que não tinham em seus países de origem.

Das seis crianças, três delas são irmãos, sendo um casal de gêmeos de três anos, e um menino de 18 meses. A menina diz que se chama Yara e o irmão Joseph. Os dois não se desgrudam um só minuto do irmão menor, a quem em Lampedusa chamavam de Salvatore, um nome típico também na Sicília.

Os militares da Marinha italiana explicam que os três irmãos se salvaram graças à ajuda dada pelos próprios sobreviventes enquanto ainda estavam na água. Porém, ninguém sabe o que aconteceu com os pais deles.

Dos outros três menores da casa de adoção, há uma menina de um ano e quatro meses; e dois meninos, um de quatro e outro de sete anos. A mais nova, aparentemente, poderá ter um final feliz. Mobilizadas, as autoridades italianas acharam uma mulher em um abrigo de Valletta, em Malta, que deu a descrição de sua filha e alguns detalhes, como o fato de estar com uma correntinha no pescoço, que coincidem com a menina da casa de adoção.

A porta-voz da Save the Children em Lampedusa, Viviana Valastro, explicou à agência Efe que no lar de adoção da ilha ficam somente os 32 menores não acompanhados.

"Até a última sexta-feira havia 67 menores. Agora, ficaram os maiores, 14 e 17 anos. Mas continuamos com muitas crianças sem pai nem mãe esperando poder sair daqui", explicou Valastro.


De acordo com dados divulgados pelo Departamento de Segurança Pública italiana, só neste ano chegaram ao país 6.297 menores, dos quais 4.056 sem os pais. A eles dão a insensível sigla de MISNA (menor estrangeiro não acompanhado).

Diante deste drama, as associações humanitárias da ilha levantaram a voz nesta semana para que o governo italiano se mobilize e aprove "uma proposta de lei extraordinária" que conceda amparo ou, ainda melhor, a adoção destes menores.

"A situação é dramática, mas para estas crianças é ainda pior e mais dolorosa, porque estão sós, sem referência, longe de seus familiares, obrigados a ficar fechados em estruturas totalmente insuficientes", explicou o responsável da Fundação Formiche Giovanni, Elisabetta Parise.

Os menores que chegam à Itália, embora sejam imigrantes ilegais, estão garantidos pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança e têm direito de ter uma residência e estudar.

Os militares encarregados de salvar os imigrantes do mar estão aguardando das autoridades italianas uma resposta ao pedido feito sobre eles mesmos poderem acolher em suas casas os pequenos que eles salvaram.

Mas eles não são os únicos interessados em ajudar. Muitas famílias de Lampedusa que convivem todos os dias com a dor destas crianças também pediram para acolher os menores enquanto se resolve a situação jurídica.

A associação Ai.Bi - Amici dei Bambini (Amigos das Crianças) lançou um projeto para criar uma base de famílias de toda Itália dispostas a acolher estes menores. Já há 100 inscritos que se declaram preparados para acolher em suas casas alguns dos "órfãos de Lampedusa".

Porém está história parece estar longe do fim. A prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini, em entrevista ao jornal "Avvenire" declarou que "falta controle" para administrar a situação dos menores.

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