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Síria se opõe ao envio de tropas árabes

Qatar propôs o envio das tropas para acabar com a violência no país, mas governo de Bashar al-Assad disse não

Protestos na Síria: proposta não foi aceita pelo país (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 14h04.

Damasco - A Síria se opôs nesta terça-feira ao envio de tropas árabes proposto pelo Qatar para por fim à violência, que já causou a morte de cerca de 5.400 pessoas desde o início da mobilização popular contra o regime de Bashar al-Assad, segundo estimativas da ONU.

"A Síria rejeita as declarações dos responsáveis do Qatar sobre o envio de tropas árabes, que amplia a crise, frustra a ação árabe e abre caminho para uma intervenção estrangeira", declarou o ministério das Relações Exteriores sírio em um comunicado, publicado pela agência oficial Sana.

"O povo sírio rejeita toda intervenção estrangeira sob qualquer denominação. Fará frente a toda tentativa que atente contra a soberania da Síria e a integridade de seu território", acrescentou o comunicado.

"Seria lamentável que corresse sangue árabe no território sírio para servir a outros interesses", acrescenta.

"A Síria chama de novo a Liga Árabe a parar com as campanhas de incitação da imprensa e a ajudar a evitar a infiltração de terroristas e a entrada de armas em seu território, para obter a segurança e a estabilidade necessárias para um diálogo nacional e a uma solução política da crise", acrescenta o texto.

O emir do Qatar, cheque Hamad Ben Jalifa Al Thani, disse sábado, em uma entrevista ao canal americano de televisão CBS, que é favorável ao envio de tropas de países árabes para "deter a matança" na Síria, abalada há dez meses por uma revolta contra o regime reprimida de forma violenta.

O emir foi o primeiro dirigente árabe a propor tal solução.

Apesar da presença desde o dia 26 de dezembro de dezenas de observadores árabes na Síria, o regime continuou reprimindo os protestos e causando mortes, segundo fontes opositoras.


Pelo menos onze civis morreram nesta terça-feira na Síria, oito deles quando uma carga explodiu no micro-ônibus em que viajavam, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido. O OSDH disse ignorar a identidade dos autores do atentado.

Em Homs (centro), um dos bastiões do protesto contra o regime do presidente Assad, tropas blindadas que circulavam na Rua Al Qahira "abriram fogo às cegas, matando um civil e ferindo outros nove", acrescentou o OSDH.

Além disso, em Alep, a segunda cidade da Síria, as forças de segurança realizaram buscas na Cidade Universitária depois de uma manifestação estudantil na segunda-feira. As forças de segurança quebraram móveis dos dormitórios e prenderam alguns estudantes.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne as principais correntes de oposição, explicou ter instalado com o Exército Livre da Síria, formado por desertores, "um escritório de ligação e um telefone vermelho para acompanhar o que está acontecendo".

No campo diplomático, a Rússia distribuiu um novo rascunho de resolução sobre a Síria diante do Conselho de Segurança da ONU, depois de ter enfrentado, durante semanas, críticas sobre o ritmo lento das negociações, informaram na segunda-feira fontes diplomáticas.

Diplomatas ocidentais estimaram, contudo, que não existem mudanças aparentes na postura de Moscou, que se opõe a uma ação da ONU contra o regime de Assad.

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Damasco - A Síria se opôs nesta terça-feira ao envio de tropas árabes proposto pelo Qatar para por fim à violência, que já causou a morte de cerca de 5.400 pessoas desde o início da mobilização popular contra o regime de Bashar al-Assad, segundo estimativas da ONU.

"A Síria rejeita as declarações dos responsáveis do Qatar sobre o envio de tropas árabes, que amplia a crise, frustra a ação árabe e abre caminho para uma intervenção estrangeira", declarou o ministério das Relações Exteriores sírio em um comunicado, publicado pela agência oficial Sana.

"O povo sírio rejeita toda intervenção estrangeira sob qualquer denominação. Fará frente a toda tentativa que atente contra a soberania da Síria e a integridade de seu território", acrescentou o comunicado.

"Seria lamentável que corresse sangue árabe no território sírio para servir a outros interesses", acrescenta.

"A Síria chama de novo a Liga Árabe a parar com as campanhas de incitação da imprensa e a ajudar a evitar a infiltração de terroristas e a entrada de armas em seu território, para obter a segurança e a estabilidade necessárias para um diálogo nacional e a uma solução política da crise", acrescenta o texto.

O emir do Qatar, cheque Hamad Ben Jalifa Al Thani, disse sábado, em uma entrevista ao canal americano de televisão CBS, que é favorável ao envio de tropas de países árabes para "deter a matança" na Síria, abalada há dez meses por uma revolta contra o regime reprimida de forma violenta.

O emir foi o primeiro dirigente árabe a propor tal solução.

Apesar da presença desde o dia 26 de dezembro de dezenas de observadores árabes na Síria, o regime continuou reprimindo os protestos e causando mortes, segundo fontes opositoras.


Pelo menos onze civis morreram nesta terça-feira na Síria, oito deles quando uma carga explodiu no micro-ônibus em que viajavam, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido. O OSDH disse ignorar a identidade dos autores do atentado.

Em Homs (centro), um dos bastiões do protesto contra o regime do presidente Assad, tropas blindadas que circulavam na Rua Al Qahira "abriram fogo às cegas, matando um civil e ferindo outros nove", acrescentou o OSDH.

Além disso, em Alep, a segunda cidade da Síria, as forças de segurança realizaram buscas na Cidade Universitária depois de uma manifestação estudantil na segunda-feira. As forças de segurança quebraram móveis dos dormitórios e prenderam alguns estudantes.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne as principais correntes de oposição, explicou ter instalado com o Exército Livre da Síria, formado por desertores, "um escritório de ligação e um telefone vermelho para acompanhar o que está acontecendo".

No campo diplomático, a Rússia distribuiu um novo rascunho de resolução sobre a Síria diante do Conselho de Segurança da ONU, depois de ter enfrentado, durante semanas, críticas sobre o ritmo lento das negociações, informaram na segunda-feira fontes diplomáticas.

Diplomatas ocidentais estimaram, contudo, que não existem mudanças aparentes na postura de Moscou, que se opõe a uma ação da ONU contra o regime de Assad.

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