Mundo

Síria pede reunião do Conselho de Segurança sobre Colinas de Golã

Ao contrário dos EUA, resoluções da ONU atribuem a esta área a qualidade de "território ocupado" pelo Estado judeu

Colinas de Golã: área foi conquistada da Síria em 1967 pelas forças de Israel durante a Guerra dos Seis Das e anexados em 1981 (Ronen Zvulun/File Photo/Reuters)

Colinas de Golã: área foi conquistada da Síria em 1967 pelas forças de Israel durante a Guerra dos Seis Das e anexados em 1981 (Ronen Zvulun/File Photo/Reuters)

A

AFP

Publicado em 27 de março de 2019 às 08h27.

A Síria solicitou nesta terça-feira, 26, uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre seu território ocupado nas Colinas de Golã, após a decisão dos Estados Unidos de reconhecer a soberania de Israel sobre a região, informaram fontes diplomáticas.

A presidência do Conselho, controlada desde março pela França, deve determinar agora uma data para a realização da reunião. É possível que um voto de procedimento, que pode ser solicitado por um dos 15 membros do Conselho de Segurança, impeça em última instância esta reunião, assinalou um diplomata.

Para que se concretize o encontro, o país solicitante deve obter nove votos durante uma votação de ordem, na qual não é possível o veto. Se não for possível organizar o evento antes do dia 31 de março, é possível fazer um novo pedido à Alemanha, que assumirá a presidência do Conselho no dia seguinte.

Na manhã desta terça-feira, numa reunião mensal dedicada ao conflito entre israelenses e palestinos, vários membros do Conselho apresentaram seu desconforto após o reconhecimento por parte do presidente de Estados Unidos, Donald Trump, da "soberania" de Israel sobre as Colinas de Golã, apesar das resoluções da ONU que atribuem a esta área a qualidade de "território ocupado" pelo Estado judeu.

Muitos países têm denunciado a política de "fatos consumados" seguida pela Casa Branca, que no ano passado decidiu unilateralmente reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

Em particular, os cinco Estados europeus membros do Conselho -Alemanha, França, Reino Unido, Bélgica e Polônia- fizeram uma declaração solene indicando que "não reconheciam a soberania de Israel sobre os territórios ocupados desde junho de 1967, incluindo as Colinas de Golã". "A anexação de um território pela força está proibida pelo direito internacional", disseram. "Qualquer declaração sobre uma mudança de fronteira unilateral é contrária às normas sobre a ordem internacional e a Carta da ONU", insistiram.

Durante a discussão, o embaixador francês François Delattre argumentou que os parâmetros acordados pela comunidade internacional para uma paz duradoura no Oriente Médio "não são opções ou um menu que se pode alterar à vontade".

As Colinas de Golã foram conquistados da Síria em 1967 pelas forças de Israel durante a Guerra dos Seis Das e anexados em 1981. É um território estratégico para ambos países, porque é rico em água e de onde é possível avistar a Galileia e seu mar do lado controlado pelos israelenses.

Acompanhe tudo sobre:Conflito árabe-israelenseEstados Unidos (EUA)IsraelONUSíria

Mais de Mundo

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia

A discreta missa de Natal em uma região da Indonésia sob a sharia

Avião fabricado pela Embraer cai no Cazaquistão com 67 pessoas a bordo