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Sindicatos de pilotos da Argentina farão greve de 48h a partir de 5ª feira

Trabalhadores protestam contra a "tentativa de precarizar e destruir" postos de trabalho com a chegada das companhias aéreas de baixo custo ao país

Argentina: "Vamos mostrar para eles que terão que nos matar para nos tirar do país", disse secretário (Foto/Wikimedia Commons)

Argentina: "Vamos mostrar para eles que terão que nos matar para nos tirar do país", disse secretário (Foto/Wikimedia Commons)

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EFE

Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 14h57.

Buenos Aires - Os principais sindicatos de pilotos aéreos da Argentina convocaram nesta terça-feira, 11, uma greve geral de 48 horas para as próximas quinta e sexta-feira para protestar contra a "tentativa de precarizar e destruir" os postos de trabalho com a chegada das companhias aéreas de baixo custo ao país.

"Vamos mostrar para eles que terão que nos matar para nos tirar do país. Já vivemos isso nos anos 1990 e temos companheiros que se suicidaram, que terminaram seus casamentos e se divorciaram", explicou à imprensa o secretário-geral da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA), Pablo Biró.

Os sindicatos decidiram promover a greve após uma assembleia realizada hoje e, entre outros aspectos, denunciam que as autoridades estão autorizando a validação de licenças de pilotos estrangeiros para que substituam os argentinos, e "alguns deles sequer falam espanhol", segundo Biró.

"O nível de má administração que existe por parte das autoridades e os benefícios para essas empresas, que estão estrangulando nossos empregos, faz com que sigamos um plano de luta", acrescentou Biró, que denunciou a falta de atenção do governo de Mauricio Macri, que há alguns meses promove a chamada "revolução dos aviões".

Esta nova política abriu as portas do país para companhias de baixo custo como a Flybondi e a Norwegian.

"A política aerocomercial foi um fracasso e temos pilotos suspensos e demitidos que não têm a possibilidade de trabalhar no país", disse o secretário-geral de APLA, convencido de que há "uma tentativa de precarizar e destruir os empregos na Argentina e, com isso, o nível de segurança operacional".

A greve, que se soma a outras medidas de força promovidas nos últimos meses, como as últimas paralisações dos funcionários da estatal Aerolíneas Argentinas para reivindicar melhorias salariais, conta com a adesão da APLA e da União de Pilotos de Linhas Aéreas (UALA).

Ao ser questionado sobre como os sindicatos vão explicar a situação para milhares de passageiros que ficarão em terra por não poderem voar, Biró foi taxativo e responsabilizou as autoridades.

"Peço desculpas aos passageiros pelo ministro dos Transportes corrupto que está no cargo, pelo presidente que prometeu que não haveria inflação", respondeu o secretário-geral.

"O titular da Anac (Administração Nacional de Aviação Civil) é um corrupto. Estão destruindo a fonte de trabalho (nas companhias) Andes, Aerolíneas, Austral, na LATAM Argentina", acrescentou Biró. "Longe de oferecerem soluções, (as autoridades) estão buscando uma forma de enfraquecer-nos para que não façamos valer nossos direitos", concluiu o secretário-geral da APLA.

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