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Separatistas condicionam cessar-fogo à retirada de tropas

Os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia condicionaram trégua à retirada das tropas ucranianas das regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk


	Separatistas pró-Rússia na Ucrânia: milícias recuperaram dezenas de localidades
 (Maxim Shemetov/Reuters)

Separatistas pró-Rússia na Ucrânia: milícias recuperaram dezenas de localidades (Maxim Shemetov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 10h36.

Moscou - Os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia asseguraram nesta quarta-feira que Kiev não pactuou com eles o anúncio "de cessar-fogo permanente" e condicionaram essa trégua à retirada das tropas ucranianas das regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk.

"A proposta de Kiev não pode ser desenvolvida enquanto as forças (ucranianas) seguirem no território da região de Donetsk", assinalou à agência russa "RIA Novosti" um porta-voz do vice-primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk, Andrei Purguin.

Por sua parte, Oleg Tsariov, presidente do chamado parlamento de Novorossia, entidade autoproclamada que agrupa as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, questionou a sinceridade do acordo para um cessar-fogo permanente no leste da Ucrânia, anunciado hoje por Kiev.

"Não é a primeira vez que as autoridades ucranianas declaram o fim das ações militares. O resultado da última trégua foi o reagrupamento das forças ucranianas e o bloqueio de (as cidades) Donetsk, Lugansk e Slaviansk", disse Tsariov.

Neste aspecto, o presidente do chamado parlamento de Novorossia reiterou que "as exigências (dos separatistas) seguem sendo as mesmas: a retirada total das tropas ucranianas do território das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk".

"Só depois estaremos dispostos a começar as negociações", ressaltou o líder do legislativo rebelde.

Outro destacado líder das milícias rebeldes, Miroslav Rudenko, assegurou à agência "Interfax" que "os separatistas estão prontos para resolver o conflito, mas que Kiev precisa cumprir suas promessas sobre o cessar-fogo".

"Se não se trata de outro truque político de Kiev, como já ocorreu neste verão, e se realmente estiverem dispostos a um cessar-fogo, isto permitirá que o processo passe ao plano político", apontou Rudenko.

A presidência da Ucrânia anunciou hoje que havia alcançado um acordo de cessar-fogo permanente no leste do país após a conversa telefônica entre os presidentes da Ucrânia, Petro Poroshenko, e da Rússia, Vladimir Putin.

Após assinalar em um primeiro comunicado que a conversa telefônica entre os dois líderes deu como resultado "um acordo sobre um cessar-fogo permanente", Kiev divulgou outra nota dizendo que as partes pactuaram "um regime de cessar-fogo" no leste da Ucrânia.

No entanto, poucos minutos depois desse anúncio, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, desmentiu o acordo entre Putin e Poroshenko, argumentando que a "Rússia não poderia concordar com o cessar-fogo porque não é parte no conflito".

O anúncio do acordo sobre o cessar-fogo veio à tona em meio de uma bem-sucedida contraofensiva das milícias pró-russas no leste do país, que, em pouco mais de uma semana, recuperaram dezenas de localidades controladas pelas forças de Kiev e abriram uma terceira frente no sul da região de Donetsk.

Logo após o anúncio de cessar-fogo, a Bolsa de Moscou reagiu com uma alta de 4,5% em seu índice de referência (RTS), enquanto o rublo, que tinha atingido mínimas históricas nesta semana, se valorizou perante as principais divisas internacionais.

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