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Senadores independentes do PMDB dizem que dificilmente assinarão CPI

As duas assinaturas de políticos do PMDB são necessárias para dar andamento para a Comissão Parlamentar de Inquérito contra o Ministério dos Transportes

Álvaro Dias, líder do PSDB, quer conseguir assinaturas no bloco independente do PMDB para a CPI (José Cruz/ABr)

Álvaro Dias, líder do PSDB, quer conseguir assinaturas no bloco independente do PMDB para a CPI (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 13h43.

Brasília - As chances são praticamente nulas de o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), conseguir no bloco independente do PMDB as duas assinaturas necessárias para dar andamento ao processo de instalação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigaria denúncias de corrupção no Ministério dos Transportes. Dos oito integrantes desse grupo, quatro já assinaram e entre os quatro restantes pelo menos três dificilmente assinarão o requerimento.

Ontem (2), os senadores João Durval Carneiro (PDT-BA) e Ataídes Oliveira (PSDB-TO) retiraram o apoio à CPI que contava com o número mínimo necessário para sua instalação de 27 assinaturas. Entre os peemedebistas independentes que não assinaram estão Waldemir Moka (MS), Cassildo Maldaner (SC), Luiz Henrique (SC) e Eduardo Braga (AM).

Em conversa com a Agência Brasil, Cassildo Maldaner disse que hoje (3) as chances de ele e de Luiz Henrique não assinarem o pedido de CPI é 90%. “Apesar de ter Álvaro [Dias] como um irmão eu e o Luiz Henrique temos um trato de atuarmos juntos no Senado. Para onde um vai o outro também vai. Se começarmos a tomar posições divergentes isso vai dar um problema político danado no estado”, destacou o parlamentar. O colega do PMDB catarinense deve ser relator do Código Florestal nas comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Constituição e Justiça.

Já o senador Waldemir Moka deixou claro que não deve assinar o pedido de CPI. Segundo ele, o ex-ministro dos Transportes e senador Alfredo Nascimento (PR-AM) prestou esclarecimentos ontem, em plenário, sobre as denúncias que pesaram sobre ele e mostrou como funcionam as decisões no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foco das denúncias de superfaturamento de obras.

Waldemir Moka ressaltou o fato de o senador amazonense ter comunicado aos demais colegas ter requerido ao procurador-geral da República e à Polícia Federal que investigassem as denúncias publicadas pela imprensa que envolveram ele e o seu filho no suposto esquema de recebimento de propina.

Caso não consiga as assinaturas necessárias até o início da sessão, marada apara as 14h, a tendência, segundo informou uma liderança governista, é que se peça ao presidente da sessão ainda hoje o arquivamento da matéria por falta de assinaturas suficientes para dar andamento ao pedido de CPI. Essa possibilidade existe a partir do momento que o líder tucano, Álvaro Dias (PR), comunicou oficialmente na sessão plenária de ontem que tinha as 27 assinaturas para instalar CPI.

O líder do PT, Humberto Costa (PE), rebateu as declarações feitas mais cedo por Álvaro Dias de que a retirada das duas assinaturas mostrou que o governo teme uma CPI e que o discurso da presidente Dilma Rousseff de que fará uma “faxina” em sua equipe é “balela”. Para o petista, o que a oposição deseja “é um palanque político visando às eleições municipais de 2012”.

Humberto Costa disse também que órgãos fiscalizadores como a Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal, Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público já investigam as denúncias de corrupção no Dnit. “O que uma CPI agregaria a essas investigações a não ser trazer o assunto para o debate partidário?”, questionou Humberto Costa.

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