Mulheres com véu islâmico: muitos dos participantes da seita nasceram no subsolo e nunca viram a luz do dia até que promotores descobrissem seu esconderijo (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2012 às 20h12.
Moscou - Setenta membros de uma seita islâmica que passaram quase uma década vivendo sem luz do sol nem calefação num bunker subterrâneo foram descobertos nos arredores da cidade russa de Kazan, segundo a imprensa local.
O grupo inclui 20 crianças, a mais nova delas com um ano e meio de idade. Muitos dos participantes da seita nasceram no subsolo e nunca viram a luz do dia até que promotores descobrissem seu esconderijo, em 1o de agosto, e mandassem o grupo para exames médicos. Descobriu-se também que uma moça de 17 anos está grávida.
A religião era reprimida na União Soviética, que desmoronou em 1991, motivando o surgimento de vários cultos e seitas no vácuo que se seguiu.
A seita subterrânea se chama fayzarahmanista, nome alusivo a Fayzrahman Satarov, de 83 anos, que diz ser profeta e declarou sua própria casa como um Estado islâmico independente, segundo reportagem do canal de TV Vesti.
A emissora disse que seus seguidores eram estimulados a lerem textos do "profeta", e que a maioria estava proibida de sair do bunker com oito andares subterrâneos que foi escavado sob um edifício.
Promotores abriram uma investigação criminal sobre a seita e disseram que ela será dissolvida se mantiver suas atividades ilegais, como privar os membros de buscarem educação e atendimento médico.
Ninguém foi preso, mas a polícia deve investigar as suspeitas de que algumas das crianças sofreram abusos sexuais. Um tribunal vai decidir se as crianças podem permanecer com os pais.
Kazan fica 800 quilômetros a leste de Moscou, no Tatarstão, uma república russa com população de maioria islâmica.