Agentes de segurança privada da América Latina são os mais armados
A taxa de posse de armas por funcionário no continente é 10 vezes superior à da Europa Ocidental
Da Redação
Publicado em 6 de julho de 2011 às 14h19.
Genebra - Os agentes de segurança particular da América Latina são os mais armados do mundo, com uma taxa de posse de armas por funcionário 10 vezes superior à da Europa Ocidental, segundo um relatório apresentado nesta quarta-feira em Genebra.
O "Relatório de Armas Leves 2011", publicado pelo Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento, reflete a grande expansão da segurança privada nos últimos 20 anos, até o ponto que o setor emprega na atualidade pelo menos 20 milhões de pessoas, quase o dobro que policiais em atividade.
O diretor da pesquisa, Robert Muggah, afirmou em entrevista coletiva que "América Latina, e em particular América Central, têm os níveis de violência mais altos do mundo, com taxas que multiplicam por seis a taxa média mundial".
Muggah acrescentou que na região "existe a tradição de potencializar a segurança privada para substituir a Polícia na proteção de bancos, bairros e indivíduos, com um amplo leque de atividades".
Isto explica o fato de que a indústria da segurança privada seja especialmente próspera na América Latina, mas não por que seus empregados dispõem de autênticos arsenais em comparação com seus colegas do resto do mundo, com exceção das regiões em guerra.
Nicolas Florquin, um dos pesquisadores do relatório, admitiu que "não há uma clara resposta a esta questão tão interessante" e sugeriu que "talvez as altas taxas de violência na região sejam a razão para que haja uma alta demanda de companhias de segurança privada e uma alta demanda de companhias privadas bem armadas".
Os dados requisitados neste relatório indicam que a América Central é terreno especialmente assinante para as empresas privadas de segurança, já que em todos os países o número de agentes privados supera com amplitude ao de membros das polícias.
Guatemala é um exemplo, já que conta com 120 mil agentes privados frente a 19,9 mil policiais para cuidar da segurança de 12,7 milhões de habitantes, segundo dados do ano 2008.
Ou seja, a cada seis agentes privados há um policial, a maior desproporção dos 70 países analisados no relatório.
Honduras segue a lista, onde há 60 mil agentes privados e 12,3 mil policiais (uma proporção de 4,88 a 1); Nicarágua, com 19,7 mil agentes privados e 9,2 mil policiais (2,14 a 1); Panamá, com 30 mil agentes privados e 12.250 policiais (1,97 a 1); Costa Rica, com 19.550 agentes privados e 12,1 mil policiais (1,61 a 1); e El Salvador, com 21.140 agentes privados e 16.730 policiais (1,26 a 1).
No resto do continente, destacam os casos da Argentina, onde há 150 mil agentes de segurança particultar frente a 120 mil policiais; Colômbia, com 190 mil agentes privados e 119.140 policiais; Chile, com 45 mil agentes privados e 35 mil policiais; a República Dominicana, com 30 mil agentes particulares e 29.350 policiais; e Equador, com 40.380 agentes privados e 42,6 mil policiais.
México conta com "exércitos" no setor privado e público - com 450 mil e 495 mil membros respectivamente - da mesma forma que Brasil, com 570 mil agentes privados e 687.468 agentes públicos.
Peru toma distância da tendência, com 50 mil agentes privados e 90 mil policiais, e Bolívia é um mundo à parte, já que só há 500 agentes privados no país frente a 19.360 agentes públicos.
Segundo o relatório, é preciso ter também em conta "que escapa ao alcance deste documento o número de pessoas que participam de acordos informais em matérias de segurança".
Na Argentina se estima que pode ter 50 mil agentes privados a mais que os registrados, no Brasil o número oscila entre os 670 mil e 1 milhão e no México entre os 240 mil e os 600 mil.
Genebra - Os agentes de segurança particular da América Latina são os mais armados do mundo, com uma taxa de posse de armas por funcionário 10 vezes superior à da Europa Ocidental, segundo um relatório apresentado nesta quarta-feira em Genebra.
O "Relatório de Armas Leves 2011", publicado pelo Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento, reflete a grande expansão da segurança privada nos últimos 20 anos, até o ponto que o setor emprega na atualidade pelo menos 20 milhões de pessoas, quase o dobro que policiais em atividade.
O diretor da pesquisa, Robert Muggah, afirmou em entrevista coletiva que "América Latina, e em particular América Central, têm os níveis de violência mais altos do mundo, com taxas que multiplicam por seis a taxa média mundial".
Muggah acrescentou que na região "existe a tradição de potencializar a segurança privada para substituir a Polícia na proteção de bancos, bairros e indivíduos, com um amplo leque de atividades".
Isto explica o fato de que a indústria da segurança privada seja especialmente próspera na América Latina, mas não por que seus empregados dispõem de autênticos arsenais em comparação com seus colegas do resto do mundo, com exceção das regiões em guerra.
Nicolas Florquin, um dos pesquisadores do relatório, admitiu que "não há uma clara resposta a esta questão tão interessante" e sugeriu que "talvez as altas taxas de violência na região sejam a razão para que haja uma alta demanda de companhias de segurança privada e uma alta demanda de companhias privadas bem armadas".
Os dados requisitados neste relatório indicam que a América Central é terreno especialmente assinante para as empresas privadas de segurança, já que em todos os países o número de agentes privados supera com amplitude ao de membros das polícias.
Guatemala é um exemplo, já que conta com 120 mil agentes privados frente a 19,9 mil policiais para cuidar da segurança de 12,7 milhões de habitantes, segundo dados do ano 2008.
Ou seja, a cada seis agentes privados há um policial, a maior desproporção dos 70 países analisados no relatório.
Honduras segue a lista, onde há 60 mil agentes privados e 12,3 mil policiais (uma proporção de 4,88 a 1); Nicarágua, com 19,7 mil agentes privados e 9,2 mil policiais (2,14 a 1); Panamá, com 30 mil agentes privados e 12.250 policiais (1,97 a 1); Costa Rica, com 19.550 agentes privados e 12,1 mil policiais (1,61 a 1); e El Salvador, com 21.140 agentes privados e 16.730 policiais (1,26 a 1).
No resto do continente, destacam os casos da Argentina, onde há 150 mil agentes de segurança particultar frente a 120 mil policiais; Colômbia, com 190 mil agentes privados e 119.140 policiais; Chile, com 45 mil agentes privados e 35 mil policiais; a República Dominicana, com 30 mil agentes particulares e 29.350 policiais; e Equador, com 40.380 agentes privados e 42,6 mil policiais.
México conta com "exércitos" no setor privado e público - com 450 mil e 495 mil membros respectivamente - da mesma forma que Brasil, com 570 mil agentes privados e 687.468 agentes públicos.
Peru toma distância da tendência, com 50 mil agentes privados e 90 mil policiais, e Bolívia é um mundo à parte, já que só há 500 agentes privados no país frente a 19.360 agentes públicos.
Segundo o relatório, é preciso ter também em conta "que escapa ao alcance deste documento o número de pessoas que participam de acordos informais em matérias de segurança".
Na Argentina se estima que pode ter 50 mil agentes privados a mais que os registrados, no Brasil o número oscila entre os 670 mil e 1 milhão e no México entre os 240 mil e os 600 mil.