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Secretário da OEA critica a Venezuela e pede democracia na Nicarágua

Luis Almagro destacou o posicionamento de Trump contra os governos de Venezuela e Cuba, mas a quem criticou por sua política migratória

O governo da Nicarágua e da Venezuela enfrentam graves crises políticas e econômicas em seus países (Oswaldo Rivas/Reuters)

O governo da Nicarágua e da Venezuela enfrentam graves crises políticas e econômicas em seus países (Oswaldo Rivas/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de julho de 2018 às 11h42.

O governo venezuelano tem uma "marca criminosa" muito difícil de vencer - manifestou nesta quinta-feira (27) o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que também pediu justiça e uma saída democrática para a crise política na Nicarágua.

A Venezuela "é um regime que tem uma marca criminosa muito forte", disse Almagro, no Panamá, durante um jantar com membros da Associação Panamenha de Executivos de Empresa (Apede).

Almagro denunciou que "a família do presidente (Nicolás Maduro)", outros membros do governo e destacadas figuras do chavismo são acusados de "narcotráfico", motivo pelo qual a Venezuela tem "uma lógica criminal" que torna isso "muito difícil de ser revertido".

A Venezuela atravessa há anos uma severa crise política e econômica, com uma grande escassez de produtos básicos e uma hiperinflação galopante.

A última vitória eleitoral de Maduro não é reconhecida por grande parte da comunidade internacional. O governo venezuelano e a oposição, com a mediação dos ex-presidentes José Luis Rodríguez Zapatero (Espanha), Leonel Fernández (República Dominicana) e Martín Torrijos (Panamá) protagonizaram, sem sucesso, vários processos de diálogo.

Diante de empresários panamenhos e do chanceler Luis Miguel Hincapié, Almagro também acusou o governo venezuelano de usar o diálogo para se perpetuar no poder.

"O que ficou demonstrado, de 2014 até agora, é que o regime venezuelano usou completamente cada uma das instâncias de diálogo simplesmente para consolidar o status quo baseado na repressão, no medo, no terror, na miséria do povo, na tortura e nos presos políticos", insistiu Almagro.

O secretário-geral da OEA também se referiu à crise na Nicarágua, onde mais de 300 pessoas morreram nos protestos deflagrados nos últimos 100 dias contra o governo de Daniel Ortega, e pediu uma solução "democrática" para sair dessa situação.

Segundo Almagro, desde o início a OEA pediu "soluções institucionais e democráticas" a Manágua, porque "é o caminho principal" para sair da espiral de violência no país.

"Três meses depois, a Nicarágua continua precisando de uma solução democrática e continua precisando, cada vez mais, de justiça", porque "nenhum país pode ser sustentado na base da repressão", já que esse clima de confrontação afasta os investimentos e piora a qualidade de vida, advertiu Almagro.

Também se referiu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de quem destacou seu posicionamento contra os governos de Venezuela e Cuba, mas a quem criticou por sua política migratória.

"O posicionamento que a administração Trump teve em relação ao tema de Venezuela e Cuba é, claramente, muito positivo", mas a lógica de construção de um muro não é algo admissível, e um discurso de ódio em relação à migração tampouco é admissível", afirmou o chefe da OEA.

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