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Se o clima afeta a agricultura, o oposto também é verdadeiro

Para o ex-vice presidente americano Al Gore, Brasil e EUA têm papel fundamental na segurança alimentar mundial, mas precisam buscar formas mais sustentáveis de produção

Al Gore, no Agribisiness Global Forum, em SP (Gerardo Lazzari/ XYZ)

Vanessa Barbosa

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 19h08.

São Paulo - Em um mundo em aquecimento, é preciso fazer escolhas, separar o que é melhor para o planeta e abandonar o que é potencialmente prejudicial. O recado vem do ganhador do prêmio Nobel da Paz e ex-vice presidente americano Al Gore, e foi feito diante de uma plateia de mais de mil e executivos, especialistas e pesquisadores do setor do agronegócio do Brasil e do mundo, durante evento em SP.

"Se a crise climática afeta a agricultura , o oposto não é menos verdadeiro", afirmou o autor do documentário "Uma Verdade Inconveniente", filme vencedor do Oscar em 2007 e um símbolo dos esforços do político na construção e disseminação do conhecimento sobre as mudanças climáticas .

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Al Gore lembrou que, este ano, caminhamos para uma nova alta recorde no preço dos alimentos em menos de 3 anos, em decorrência da quebra de safra na produção de grãos nos EUA e nos países do leste europeu. Mais um exemplo a se somar às consequências perigosas do aquecimento global e das mudanças no clima.

Nesse cenário, Brasil e Estados Unidos têm um papel relevante na segurança alimentar do mundo, pois produzem mais que outras regiões, que já sofrem cronicamente com a deficiência de alimentos, defendeu Al Gore.

Mas para isso, continuou, precisamos adotar formas melhores e mais sustentáveis de agricultura, reduzindo o uso de pesticidas e agredindo menos o solo. Além de empobrecer a terra, técnicas de cultivo agressivas afetam os depósitos de carbono presentes no solo, que são "três vezes maiores que todo o carbono preso na cobertura verde", segundo Al Gore.

"Temos que entender que o impacto da mudança climática sobre a agricultura está no limite. As ferramentas para mudar isso já existem, o que falta é vontade política", disse. "Essa é a época de fazer as mudanças necessárias para salvar o futuro do único planeta que temos".

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