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Saúde: um teste para Trump

O governo do presidente Donald Trump tem uma dura tarefa para demonstrar seu poderio político nesta quinta-feira. A Câmara dos Representantes vota hoje o Ato de Saúde Americano (AHCA), que deve substituir o Obamacare como sistema de saúde acessível aos americanos. Mesmo com maioria na Câmara e no Senado, a batalha não vai ser fácil […]

CONGRESSO AMERICANO: plenário vota hoje a lei que substitui o Obamacare, e unidade republicana é incerta / Alex Wong/Getty Images
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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2017 às 06h49.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h03.

O governo do presidente Donald Trump tem uma dura tarefa para demonstrar seu poderio político nesta quinta-feira. A Câmara dos Representantes vota hoje o Ato de Saúde Americano (AHCA), que deve substituir o Obamacare como sistema de saúde acessível aos americanos. Mesmo com maioria na Câmara e no Senado, a batalha não vai ser fácil para os republicanos.

Com todos os democratas na casa afirmando que não votarão em favor da nova lei, os republicanos precisam que pelos 216 dos 237 membros do partido votem pela aprovação da proposta. As diferentes ramificações republicanas têm diferentes opiniões sobre o AHCA. Um levantamento do jornal New York Times afirma que de todos os republicanos da casa, apenas 148 são a favor, 47 estão indecisos, 15 tendem ao não e 27 já afirmaram que não irão corroborar o atual texto. Por esta conta, a parada estaria perdida. As principais divergências estão nos republicanos mais conservadores, que são a favor de uma mudança mais brusca em relação ao Obamacare.

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O voto pode mostrar como está a influência e a entrada do presidente Trump nas diferentes divisões do próprio partido. Trump tem diversos desafetos republicanos, a exemplo do senador John McCain, herói condecorado na Guerra do Vietnã. As dissidências de Trump dentro do partido republicano podem lhe custar a aprovação da pauta, uma de suas principais bandeiras durante a campanha e um antigo estandarte do partido republicano. O presidente já ameaçou republicanos dissidentes de vingança política nas eleições do ano que vem, dizendo que eles irão perder suas cadeiras se não votarem a favor do plano de saúde.

A questão que ecoa é o temor de que, se Trump não consegue aprovar uma das principais bandeiras de sua campanha e de seu partido, conseguiria aprovar medidas mais pró-mercado como os cortes de taxas e de regulações prometidos? A fé nos investidores está arrefecendo. Na terça-feira, os principais índices de ações nos Estados Unidos, o Dow Jones e o S&P500, recuaram 1,14% e 1,24%, respectivamente, as maiores quedas desde a eleição, com investidores se desfazendo de posições com a perda da crença na capacidade da aprovação de reformas. Para Trump, na votação do plenário de hoje, há mais em jogo do que somente a lei de saúde.

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