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Saúde na Venezuela piora e mortalidade infantil dispara 30%

Estatísticas de saúde e mortalidade foram publicadas nesta semana no mais novo boletim epidemiológico, do final de 2016

Venezuela: disparada dos números de mortalidade infantil e materna evidencia uma sociedade em crise profunda (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: disparada dos números de mortalidade infantil e materna evidencia uma sociedade em crise profunda (Marco Bello/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de maio de 2017 às 06h39.

Caracas - A saúde pública da Venezuela piorou drasticamente no ano passado, com a mortalidade infantil disparando 30%, a mortalidade materna subindo 66% e os casos de malária aumentando 76%, de acordo com o ministério da Saúde do país.

As mais recentes estatísticas de saúde e mortalidade - que geralmente são mantidas em segredo pelo governo - foram publicadas nesta semana no mais novo boletim epidemiológico, do final de 2016.

A última vez que o governo publicou tais números foi em 2015, e não ficou claro porquê o ministério publicou o boletim com tanto atraso.

A disparada dos números de mortalidade infantil e materna evidencia uma sociedade em crise profunda, segundo analistas. A Venezuela, que já foi um dos países mais ricos da América Latina, tem uma taxa de mortalidade infantil maior que a da Síria, dilacerada pela guerra. As mães dos recém-nascidos morrem de infecções ou pequenas complicações no parto por causa da falta de antibióticos ou até mesmo sabão para limpar instrumentos cirúrgicos.

"Essas aumentos, que são muito rápidos e muito altos, mostram que os serviços de saúde para mães e crianças entrou em colapso", disse Jo D'Elia, pesquisadora de saúde da organização Provea, de Caracas.

O boletim registrou 11.466 mortes de crianças, um aumento de 30,12% ante o mesmo período de 2015. Um total de 756 mulheres morreram no parto em 2016, uma alta de 65,79% na comparação com 2015.

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