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Sarkozy em situação difícil ante Hollande após debate

Muito violento mas sem nocaute, o debate de quase três horas ressaltou as diferenças entre os dois políticos

Nesta quinta-feira, o atual presidente e candidato conservador Nicolas Sarkozy, que durante o debate chamou o adversário de "pequeno caluniador", considerou o evento "bastante republicano" (Patrick Kovarik/AFP)

Nesta quinta-feira, o atual presidente e candidato conservador Nicolas Sarkozy, que durante o debate chamou o adversário de "pequeno caluniador", considerou o evento "bastante republicano" (Patrick Kovarik/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 10h22.

Paris - A missão é cada vez mais difícil para o presidente Nicolas Sarkozy, que não conseguiu desestabilizar na quarta-feira seu rival socialista, François Hollande, no único debate exibido pela televisão entre os dois candidatos antes do segundo turno da eleição presidencial francesa no próximo domingo.

Muito violento mas sem nocaute, o debate de quase três horas ressaltou as diferenças entre os dois políticos, que responderam perguntas sobre todos os temas, da dívida à imigração, passando pelo estilo da presidência.

Nesta quinta-feira, o atual presidente e candidato conservador Nicolas Sarkozy, que durante o debate chamou o adversário de "pequeno caluniador", considerou o evento "bastante republicano".

"Nunca uma eleição foi tão indecisa e o resultado do segundo turno será decidido no espaço de um lenço", afirmou à emissora RTL.

"Pensava que seria áspero e foi, mas o debate girou ao redor de minhas propostas", disse o socialista François Hollande ao canal France 2.

Ambos prosseguiram de maneira imediata com a campanha, que está na reta final, antes da votação de domingo. Após entrevistas à imprensa, Sarkozy participará de um comício em Toulon (sudeste), enquanto Hollande fará o mesmo em Toulouse (sul).

A maioria dos editoriais da imprensa destaca que o debate não provocará nenhum terremoto eleitoral. O favorito, François Hollande, que as pesquisas apontam como vencedor com entre 53 e 54% dos votos, "marcou pontos" ao tentar se apresentar como estadista.

A esquerda reivindicou a vitória no duelo.

"Hollande preside o debate", afirma na primeira página o jornal de esquerda Libération. Manuel Valls, diretor de comunicação do candidato socialista, afirmou que as pessoas "descobriram um estadista" nele.


O ex-primeiro-ministro socialista Laurent Fabius considerou que o debate mostrou "um presidente que chega ao fim" e um "presidente que começa", com discussões de uma "violência contida, mas áspera".

O jornal de direita Le Figaro, ligado a Sarkozy, ainda acredita na vitória do atual chefe de Estado sobre "François Hollande, sua linguagem antiga e sua esquerda díspar".

"Vai convencer aqueles que se deixaram levar no primeiro turno por uma forma de antisarkozysmo primário", afirmou o ministro das Finanças, François Baroin.

As farpas foram constantes entre os candidatos, que discordaram especialmente sobre o balanço econômico de Sarkozy, a imigração e a maneira de exercer o poder.

François Hollande surpreendeu ao romper com a imagem de homem consensual para passar regularmente ao ataque.

O ministro do Interior Claude Guéant, próximo de Sarkozy, acusou Hollande de arrogância, mas admitiu que o socialista esteve "muito belicoso" no debate.

Depois da líder de extrema-direita Marine Le Pen, que defendeu o voto em branco no segundo turno, o candidato de centro François Bayrou (9,1% no primeiro turno) deve anunciar sua posição nesta quinta-feira.

Mas, independentemente do apoio de Bayrou, assim como do debate de quarta-feira, nada parece capaz de inverter uma tendência constante desde o início da campanha: a vantagem de Hollande nas pesquisas nunca foi inferior a seis pontos.

O debate foi assistido por quase 18 milhões de telespectadores nos sete canais que o transmitiram na quarta-feira.

No domingo, 45 milhões de eleitores estão convocados a votar para eleger o presidente da França, a quinta maior potência mundial, segunda economia da Eurozona e membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

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