BERNIE SANDERS: para Judis, ele faz parte da mesma onda populista que elegeu Trump / Scott Olson / Getty Images News
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 19h49.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h32.
O senador Bernie Sanders não é do tipo que desiste fácil. Diziam que ele não tinha chance de ir muito longe na campanha democrata. E foi. Diziam que não poderia se financiar sem os grandes doadores. Levantou 80 milhões de dólares de eleitores individuais. Agora, os democratas dizem que Hillary Clinton é sua candidata à Casa Branca. Mas vá dizer a Sanders.
Ele afirma que vai lutar até a convenção do partido, na Filadélfia, no final de julho, O plano é convencer a maioria dos 714 superdelegados democratas a mudar de lado. Vai ser duro – 548 deles dizem que estão com Hillary e não abrem mão.
Eleito senador de forma independente, Sanders é um “democrata adotado”. E talvez por isso mesmo queira deixar o partido com a sua marca. Ao insistir numa disputa perdida, ele quer deixar seu discurso contra grandes bancos e a favor de saúde e educação públicas marcado na cartilha democrata.
Vai funcionar? Por enquanto, o radicalismo de Sanders encontra respaldo, surpreendentemente, nas ideias do republicano Donald Trump. Ambos são contrários aos políticos tradicionais, querem maiores impostos para bancos e pessoas ricas, apoiam mais barreiras à imigração, defendem o fortalecimento da indústria nacional, e o fim do Tratado Transpacífico.
O atual presidente Barack Obama se reuniu com Sanders ontem e anunciou apoio total a Hillary. Vários de seus principais apoiadores tentam convencê-lo a voltar suas energias para o Senado. É improvável que a pressão surta algum efeito e Sanders desista de lutar na Filadélfia – terra, por sinal, do boxeador Rocky Balboa.