Samoa quer alterar fuso horário para estimular economia
A medida escandaliza os líderes religiosos, que a consideram uma afronta à vontade de Deus
Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2011 às 09h05.
Sydney - As ilhas Samoa pretendem alterar seu fuso horário e se adiantar um dia, uma decisão pensada para favorecer a economia, mas que escandaliza os líderes religiosos, que a consideram uma afronta à vontade de Deus.
O arquipélago de Samoa se situa ao leste da Linha Internacional de Mudança de Data e vive 21 horas atrasado em relação à Austrália e à Nova Zelândia e, por isso, o primeiro-ministro samoano, Tuilaepa Sailele, propôs alterar o fuso horário para se aproximar de seus principais parceiros comerciais da Oceania e da Ásia oriental.
"Ao fazer negócios com a Austrália e a Nova Zelândia, a cada semana perdemos dois dias de trabalho", afirmou Tuilaepa em comunicado.
"Quando aqui é sexta-feira, na Nova Zelândia já é sábado e no domingo, quando vamos à Igreja, já trabalham em Sydney", acrescentou o governante.
O Executivo aprovou a proposta na semana passada, mas fontes diplomáticas samoanas na Austrália disseram na terça-feira à Agência Efe que "ainda não há um comunicado oficial".
A economia de Samoa, país de 182 mil habitantes e de maioria cristã, depende da agricultura, das remessas de samoanos que vivem no exterior - a maioria na Austrália e na Nova Zelândia -, de um emergente setor turístico e do comércio, cada vez mais intenso, não só com a Oceania, mas também com países asiáticos, como China e Cingapura.
No entanto, a iniciativa não foi bem recebida por alguns setores econômicos e religiosos.
"Alguns líderes religiosos são completamente contra a mudança proposta porque dizem que é uma tentativa de interferir na vontade divina", destacou o site de notícias samoano "Talamua".
Além disso, a mudança deixaria a outra Samoa, a que está sob soberania dos Estados Unidos, a um dia de distância no calendário.
Saleile, quem promoveu com sucesso em 2009 a mudança de sentido do tráfico, destacou o lado positivo da ideia.
"Se mudamos a data, será possível viajar entre aqui e a Samoa americana, duas áreas com horário distinto, em menos de uma hora. Assim, será possível comemorar duas vezes o aniversário", declarou o primeiro-ministro samoano à rádio australiana "ABC".
A Linha Internacional de Mudança de Data, inventada pelo escocês Sandford Fleming no final do século XIX, foi fixada em uma conferência realizada em 1884 em Washington, para a qual Samoa e Nova Zelândia não foram convidadas e que foi organizada para decidir qual seria o primeiro meridiano: o de Paris ou o de Londres.
O defensor do de Greenwich, Richard Strachey, sugeriu que a mudança de data deveria passar "em um lugar desabitado da Terra e não no centro da civilização".
Oito anos depois, o então governante do arquipélago, Malietoa Laupepa, estabeleceu em Samoa o fuso atual para facilitar o comércio com os EUA.
Também Kiribati, próximo a Samoa, decidiu em 1995 movimentar a Linha Internacional de Mudança de Data e unificar o tempo no arquipélago, onde a parte ocidental estava 22 horas adiantada em relação à oriental.
Assim, a Ilha Kiritimati, em Kiribati, é a primeira a receber o Ano Novo, embora este privilégio não seja amplamente reconhecido e provavelmente será ameaçado por Samoa, se a iniciativa do primeiro-ministro Sailele for adiante.
Sydney - As ilhas Samoa pretendem alterar seu fuso horário e se adiantar um dia, uma decisão pensada para favorecer a economia, mas que escandaliza os líderes religiosos, que a consideram uma afronta à vontade de Deus.
O arquipélago de Samoa se situa ao leste da Linha Internacional de Mudança de Data e vive 21 horas atrasado em relação à Austrália e à Nova Zelândia e, por isso, o primeiro-ministro samoano, Tuilaepa Sailele, propôs alterar o fuso horário para se aproximar de seus principais parceiros comerciais da Oceania e da Ásia oriental.
"Ao fazer negócios com a Austrália e a Nova Zelândia, a cada semana perdemos dois dias de trabalho", afirmou Tuilaepa em comunicado.
"Quando aqui é sexta-feira, na Nova Zelândia já é sábado e no domingo, quando vamos à Igreja, já trabalham em Sydney", acrescentou o governante.
O Executivo aprovou a proposta na semana passada, mas fontes diplomáticas samoanas na Austrália disseram na terça-feira à Agência Efe que "ainda não há um comunicado oficial".
A economia de Samoa, país de 182 mil habitantes e de maioria cristã, depende da agricultura, das remessas de samoanos que vivem no exterior - a maioria na Austrália e na Nova Zelândia -, de um emergente setor turístico e do comércio, cada vez mais intenso, não só com a Oceania, mas também com países asiáticos, como China e Cingapura.
No entanto, a iniciativa não foi bem recebida por alguns setores econômicos e religiosos.
"Alguns líderes religiosos são completamente contra a mudança proposta porque dizem que é uma tentativa de interferir na vontade divina", destacou o site de notícias samoano "Talamua".
Além disso, a mudança deixaria a outra Samoa, a que está sob soberania dos Estados Unidos, a um dia de distância no calendário.
Saleile, quem promoveu com sucesso em 2009 a mudança de sentido do tráfico, destacou o lado positivo da ideia.
"Se mudamos a data, será possível viajar entre aqui e a Samoa americana, duas áreas com horário distinto, em menos de uma hora. Assim, será possível comemorar duas vezes o aniversário", declarou o primeiro-ministro samoano à rádio australiana "ABC".
A Linha Internacional de Mudança de Data, inventada pelo escocês Sandford Fleming no final do século XIX, foi fixada em uma conferência realizada em 1884 em Washington, para a qual Samoa e Nova Zelândia não foram convidadas e que foi organizada para decidir qual seria o primeiro meridiano: o de Paris ou o de Londres.
O defensor do de Greenwich, Richard Strachey, sugeriu que a mudança de data deveria passar "em um lugar desabitado da Terra e não no centro da civilização".
Oito anos depois, o então governante do arquipélago, Malietoa Laupepa, estabeleceu em Samoa o fuso atual para facilitar o comércio com os EUA.
Também Kiribati, próximo a Samoa, decidiu em 1995 movimentar a Linha Internacional de Mudança de Data e unificar o tempo no arquipélago, onde a parte ocidental estava 22 horas adiantada em relação à oriental.
Assim, a Ilha Kiritimati, em Kiribati, é a primeira a receber o Ano Novo, embora este privilégio não seja amplamente reconhecido e provavelmente será ameaçado por Samoa, se a iniciativa do primeiro-ministro Sailele for adiante.