Sair da UE não partiria meu coração, diz premiê britânico
David Cameron afirmou que sente pouco apego a um relacionamento que, segundo afirmou, não serve aos interesses britânicos
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2014 às 10h50.
Birmingham - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta terça-feira que não ficaria arrasado se a Grã-Bretanha deixasse a União Europeia porque sente pouco apego a um relacionamento que, segundo afirmou, não serve aos interesses britânicos.
Cameron, que prometeu renegociar a adesão da Grã-Bretanha à UE se for reeleito, e propôs um referendo sobre a questão até 2017, está sob pressão do oposicionista Partido da Independência (Ukip) e de alguns parlamentares de sua bancada para endurecer a retórica sobre a União Europeia.
"Sinto-me cerca de mil vezes mais forte quanto ao nosso Reino Unido do que sobre a União Europeia", disse Cameron à rádio BBC, quando questionado sobre uma declaração de que ficaria com o coração partido se a Escócia deixasse o Reino Unido.
Cameron, do Partido Conservador, afirmou preferir que a Grã-Bretanha fique em uma UE reformada, após um novo acordo com Bruxelas, mas disse que o relacionamento não está funcionando.
Quando perguntado se ficaria com o coração partido com a saída britânica da UE, ele respondeu: "O Reino Unido era uma questão de partir o coração. Mas esta é uma questão de importante pragmatismo: o que é melhor para o nosso Reino Unido? Como podemos obter o melhor acordo para a Grã-Bretanha? Isso é o que eu sinto fortemente sobre isso".
A cisão no Partido Conservador britânico sobre a União Europeia está prejudicando o último grande congresso da legenda antes da eleição de 2015, ofuscando a tentativa de Cameron de apresentar uma economia em crescimento e menos gastos sociais para os eleitores.
A deserção de um segundo deputado conservador para o Ukip, na véspera do congresso, iniciado no domingo e com término previsto para quarta-feria, aumentou a pressão sobre Cameron para adotar uma posição mais dura sobre a UE, imigração e bem-estar, a menos de oito meses de uma eleição nacional, marcada para maio.