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Rússia rejeita possível "rastro soviético" no assassinato de JFK

Arquivos divulgados falam de um programa para vigiar as embaixadas de Cuba e da URSS no México, ambas visitadas pelo suposto assassino do presidente

JFK: "tais 'achados únicos' não se faziam nos EUA nem sequer no momento mais tenso da Guerra Fria" (Central Press/Getty Images)

JFK: "tais 'achados únicos' não se faziam nos EUA nem sequer no momento mais tenso da Guerra Fria" (Central Press/Getty Images)

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EFE

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 11h07.

Moscou - A Rússia rejeitou nesta sexta-feira um possível "rastro soviético" no assassinato em 1963 do então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, após a retirada da confidencialidade de novos documentos por parte da Casa Branca.

"O marasmo se agrava: nos EUA falam do rastro 'soviético' no assassinato de Kennedy. Não me surpreenderia se amanhã acusassem à Rússia pelo assassinato de (Abraham) Lincoln", disse Leonid Slutski, chefe do comité dê Relações Internacionais da Duma (Câmara de Deputados).

Slutski acrescentou que "tais 'achados únicos' não se faziam nos EUA nem sequer no momento mais tenso da Guerra Fria".

"Agora chegam ao mais completo dos absurdos", completou.

Os arquivos divulgados por Washington falam do programa utilizado pela CIA para escutar as conversas nas embaixadas de Cuba e da União Soviética na capital mexicana, ambas visitadas pelo suposto assassino de Kennedy, Lee Harvey Oswald, em setembro e outubro de 1963.

Outro documento mostra uma entrevista à secretária do cônsul cubano no México, Silvia Durán, que assegura que Oswald lhe pediu um visto de passagem por Cuba a caminho da União Soviética e que, quando viu que consegui-lo era difícil, se "irritou extremamente".

Os documentos revelados deveriam lançar luz sobre a viagem que Oswald realizou à antiga União Soviética, onde supostamente este teria recebido treinamento da KGB.

Segundo fontes russas, Oswald chegou a Moscou procedente de Helsinque em 16 de outubro de 1959, se hospedou no hotel Berlim e, quase imediatamente, informou à embaixada americana na capital soviética que queria renunciar à nacionalidade americana.

A KGB acreditava que Oswald era o protagonista de um experimento com o qual a CIA queria pôr a toda prova a permeabilidade da sociedade soviética, razão pela qual o enviou a Minsk, capital da atual Bielorrússia.

Oswald, que tinha 19 anos quando viajou para a União Soviética e chegou a falar russo de maneira fluente, trabalhou em uma fábrica de rádios e aparelhos de televisão de Minsk, onde se casou com a enfermeira Marinha Prusakova, quase dois anos mais jovem, que vive atualmente nos EUA.

Não foi fácil para Oswald deixar o paraíso comunista soviético, mas finalmente, após mais de um ano de espera, a embaixada americana lhe permitiu voltar à sua pátria em junho de 1962.

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