Rússia rejeita lei de igualdade de gênero, engavetada há 15 anos
O presidente da câmara de deputados, Viacheslav Volodin, destacou o problema da brecha salarial entre homens e mulheres
EFE
Publicado em 11 de julho de 2018 às 12h20.
Última atualização em 11 de julho de 2018 às 12h22.
Moscou - A Duma (câmara de deputados da Rússia ) rejeitou nesta quarta-feira em segunda leitura um projeto de lei sobre igualdade de gênero, após um brecha de 15 anos entre a primeira e a segunda discussão da norma.
"Há 15 anos, quando apresentamos a lei sobre 'Garantias estatais dos direitos e liberdades de homens e mulheres e oportunidades iguais', a situação era uma e agora é outra", disse um dos autores da norma e atual presidente da Duma, Viacheslav Volodin.
O político afirmou que "muitas questões colocadas" pelos promotores da iniciativa na redação inicial "já foram resolvidas" e "é preciso levar isso em conta".
Volodin alertou que a igualdade de gênero ainda é um tema pendente na Rússia e, em particular, é preciso solucionar o problema da brecha salarial entre homens e mulheres.
No que diz respeito à representação feminina na política, a Rússia vai por um bom caminho, opinou Volodin, que afirmou que agora na Duma há "três vice-presidentas, três chefes de comitês".
Mesmo assim, atualmente a proporção de cadeiras ocupadas por mulheres na Câmara Baixa do Parlamento russo não supera 14% e no Senado 16%.
A comissão parlamentar de Assuntos da Família será agora a encarregada de redigir uma nova versão da lei de igualdade.
A vice-presidente do comitê, Oxana Pushkina, defendeu anteriormente a necessidade da aprovação dessa norma na Rússia, ao afirmar que no país "de fato" não existe a igualdade entre homens e mulheres.
A deputada pediu o fim da discriminação e ressaltou que a igualdade está garantida pela Constituição.
Ainda sim, ressaltou que no relatório sobre a brecha de gênero do Fórum Econômico Mundial de 2016, a Rússia se situa em 75° entre 144 países.