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Rússia prevê longo conflito na Síria

Há três dias, a cidade de Homs, batizada de a "capital da revolução" pelos rebeldes, voltou a ser palco de violentos confrontos

Bairro de Homs: "O oeste de Homs é estratégico porque fica à beira da auto-estrada que liga Damasco ao litoral", explicou Abdel Rahmane. (©AFP)
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Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2013 às 14h58.

Damasco - Mais de vinte soldados e milicianos pró-regime foram mortos e dezenas ficaram feridos em combates na cidade de Homs, no centro da Síria , enquanto Moscou advertiu que o conflito corre o risco de se estender por muito tempo.

"Temos informações do hospital militar de Homs, segundo as quais até 130 soldados e combatentes pró-regime foram mortos ou feridos nos últimos três dias", indicou nesta terça-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos(OSDH).

Rami Abdel Rahmane, diretor da ONG, afirmou à AFP que foram identificados pelo menos 23 mortos. "Mas este número pode aumentar".

Há três dias, a cidade de Homs, batizada de a "capital da revolução" pelos rebeldes, voltou a ser palco de violentos confrontos, principalmente nos bairros de Sultaniyé e Jobar, de acordo com militantes no terreno.

"O oeste de Homs é estratégico porque fica à beira da auto-estrada que liga Damasco ao litoral. É um ponto-chave de acesso ao comércio das armas que entram na Síria pelo mar Mediterrâneo", explicou Abdel Rahmane.

Segundo especialistas, o regime reduziu suas ambições territoriais para se concentrar no eixo que passa por Damasco, ligando o sul da Síria à região alauíta no noroeste.


Homs está localizada neste eixo e é, segundo militantes, um ponto fundamental na linha de demarcação entre regime e rebeldes, que se concentram no leste e norte do país.

"O regime nunca atacou uma região com tanta violência como tem feito em Homs", afirmou o militante Omar Chakir.

A revolta popular iniciada em março de 2011 na Síria se militarizou ante a repressão do regime. No total, o conflito já causou a morte de mais de 60.000 pessoas, segundo a ONU.

Esta guerra civil corre o risco de "se prolongar", considerou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhaïl Bogdanov, ressaltando que a vitória dos rebeldes está longe de ser conquistada.

"No início, alguns prognósticos falavam de dois, três, quatro meses, hoje (o conflito já dura quase) dois anos. A situação pode evoluir de diversas maneiras. Acredito que o conflito corre o risco de se prolongar por muito tempo", afirmou.

O regime do presidente Bashar al-Assad enviou uma força paramilitar para apoiar o Exército, as Forças de Defesa nacionais, no dia seguinte a um apelo do chefe da Liga Árabe, Nabil Al-Arabi, por uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para "adotar uma resolução por um cessar-fogo".


Arabi lamentou que "os contatos realizados pelo enviado internacional Lakhdar Brahimi não resultaram até o momento em nenhum clarão de esperança".

Por sua vez, Bogdanov indicou que a diplomacia russa quer avançar em seus contatos com a oposição síria.

No terreno, a artilharia e a aviação continuam a bombardear a periferia da capital, enquanto combates são travados entre soldados e rebeldes na província de Deraa (sul), segundo o OSDH.

Além disso, o governo da Jordânia indicou nesta terça-feira que mais de 12.000 sírios, em sua maioria mulheres e crianças, se refugiaram nos últimos seis dias para escapar do conflito.

Segunda-feira, 178 pessoas morreram em meio à violência na Síria.

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Rami Abdel Rahmane, diretor da ONG, afirmou à AFP que foram identificados pelo menos 23 mortos. "Mas este número pode aumentar".

Há três dias, a cidade de Homs, batizada de a "capital da revolução" pelos rebeldes, voltou a ser palco de violentos confrontos, principalmente nos bairros de Sultaniyé e Jobar, de acordo com militantes no terreno.

"O oeste de Homs é estratégico porque fica à beira da auto-estrada que liga Damasco ao litoral. É um ponto-chave de acesso ao comércio das armas que entram na Síria pelo mar Mediterrâneo", explicou Abdel Rahmane.

Segundo especialistas, o regime reduziu suas ambições territoriais para se concentrar no eixo que passa por Damasco, ligando o sul da Síria à região alauíta no noroeste.


Homs está localizada neste eixo e é, segundo militantes, um ponto fundamental na linha de demarcação entre regime e rebeldes, que se concentram no leste e norte do país.

"O regime nunca atacou uma região com tanta violência como tem feito em Homs", afirmou o militante Omar Chakir.

A revolta popular iniciada em março de 2011 na Síria se militarizou ante a repressão do regime. No total, o conflito já causou a morte de mais de 60.000 pessoas, segundo a ONU.

Esta guerra civil corre o risco de "se prolongar", considerou o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Mikhaïl Bogdanov, ressaltando que a vitória dos rebeldes está longe de ser conquistada.

"No início, alguns prognósticos falavam de dois, três, quatro meses, hoje (o conflito já dura quase) dois anos. A situação pode evoluir de diversas maneiras. Acredito que o conflito corre o risco de se prolongar por muito tempo", afirmou.

O regime do presidente Bashar al-Assad enviou uma força paramilitar para apoiar o Exército, as Forças de Defesa nacionais, no dia seguinte a um apelo do chefe da Liga Árabe, Nabil Al-Arabi, por uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para "adotar uma resolução por um cessar-fogo".


Arabi lamentou que "os contatos realizados pelo enviado internacional Lakhdar Brahimi não resultaram até o momento em nenhum clarão de esperança".

Por sua vez, Bogdanov indicou que a diplomacia russa quer avançar em seus contatos com a oposição síria.

No terreno, a artilharia e a aviação continuam a bombardear a periferia da capital, enquanto combates são travados entre soldados e rebeldes na província de Deraa (sul), segundo o OSDH.

Além disso, o governo da Jordânia indicou nesta terça-feira que mais de 12.000 sírios, em sua maioria mulheres e crianças, se refugiaram nos últimos seis dias para escapar do conflito.

Segunda-feira, 178 pessoas morreram em meio à violência na Síria.

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