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Rússia nega renegociar tratado sobre armas nucleares com EUA

Os EUA querem que outros países façam parte do acordo para armas nucleares de pequeno e médio alcance, como China, Irã e Coreia do Norte

Armas nucleares: o acordo foi assinado em 1987 (YORICK JANSENS/AFP/Getty Images/Getty Images)

Armas nucleares: o acordo foi assinado em 1987 (YORICK JANSENS/AFP/Getty Images/Getty Images)

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EFE

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 10h32.

Moscou - A Rússia se opõe a renegociar o tratado para a eliminação de armas nucleares de médio e curto alcance (INF, na sigla em inglês) assinado em 1987 com os Estados Unidos para incluir mais países, como quer o presidente americano, Donald Trump, disse nesta segunda-feira o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov.

"Nós nos opomos categoricamente a esta iniciativa. Queremos que o tratado seja preservado, considerando que a comunidade internacional reconheceu repetidamente que é um pilar da segurança internacional e da estabilidade estratégica", disse Lavrov em entrevista ao jornal "Komsomolskaya Pravda".

Os EUA consideram que o INF ficou obsoleto, pois outros países como China, Irã e Coreia do Norte fabricam armas nucleares de categoria média e não fazem parte do tratado.

Além disso, acusam a Rússia de violá-lo, enquanto Moscou afirma o mesmo dos EUA.

"Informamos aos EUA sobre nossa preocupação quanto à maneira com a qual cumprem o tratado. Estas inquietações se baseiam em fatos e eventos técnico-militares, entre eles o desdobramento de uma base americana na Romênia e a abertura prevista de uma base na Polônia", disse Lavrov.

O chanceler russo argumentou que o governo dos EUA continua eludindo o diálogo sobre o INF, que proíbe mísseis com raio de ação de 500 a 5.500 quilômetros.

No início de dezembro o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, fez um ultimato de 60 dias a Moscou para que cumpra o tratado.

Em outra tentativa de preservar o INF, a Rússia apresentará hoje de novo um projeto de resolução da Assembleia Geral da ONU a favor de sua manutenção, disse Lavrov.

Em outubro, a Assembleia Geral rejeitou debater a intenção dos EUA de se retirarem do documento.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia também alegou que não conversa com Pompeo há muito tempo e tem a sensação de que a política americana em relação à Rússia é conduzida diretamente pelo assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton.

Bolton visitou Moscou recentemente, justamente para confirmar ao presidente russo, Vladimir Putin, o desejo de Trump de deixar o INF.

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