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Rússia ignora sanções da ONU e vende petróleo para Coreia do Norte, diz FT

Pelo menos cinco petroleiros norte-coreanos viajaram neste mês de março para coletar produtos petrolíferos no Porto de Vostochny, no Extremo Oriente da Rússia

Kim Jong Un e Vladimir Putin: líder da Coreia do Norte e da Rússia têm estreitado relações entre os países (Vladimir SMIRNOV /Getty Images)

Publicado em 26 de março de 2024 às 08h41.

A Rússia começou a fornecer petróleo diretamente para a Coreia do Norte, um desafio às sanções da ONU (Organização das Nações Unidas), segundo o jornal britânico Financial Times.

Pelo menos cinco petroleiros norte-coreanos viajaram neste mês de março para coletar produtos petrolíferos no Porto de Vostochny, no Extremo Oriente da Rússia, de acordo com imagens de satélite compartilhadas com o jornal pelo Royal United Services Institute, um think-tank do Reino Unido.

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Os embarques, que começaram em 7 de março, são as primeiras entregas marítimas diretas documentadas da Rússia desde que o Conselho de Segurança da ONU - com a aprovação de Moscou - impôs um limite estrito nas transferências de petróleo em 2017, em resposta aos testes de armas nucleares de Pyongyang.

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Os navios, que têm bandeira norte-coreana e são classificados como petroleiros, todos visitaram o mesmo cais operado por uma empresa petrolífera russa no Porto de Vostochny, onde parecem ter carregado. Imagens de satélite confirmaram que dois dos navios então viajaram do Porto de Vostochny para o porto norte-coreano de Chongjin, onde parecem ter descarregado.

As entregas vêm depois que a Coreia do Norte, em agosto passado, começou a fornecer milhares de contêineres de munições para a Rússia, o que especialistas militares argumentam ter contribuído significativamente para o esforço de guerra de Moscou na Ucrânia.

Todos os cinco navios norte-coreanos fizeram as viagens para o Porto de Vostochny com seus transmissores desligados. Um desses navios, o Paek Yang San 1, foi identificado pela ONU em 2018 como tendo estado envolvido em transferências ilícitas de petróleo de navio para navio projetadas para contornar o limite de importação, que restringe a Coreia do Norte a apenas 500.000 barris por ano de petróleo e derivados. As entregas também só podem ser consideradas conformes se forem relatadas a um comitê de sanções da ONU.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se recusou a comentar a reportagem do FT.

A revelação do aparente comércio de petróleo por armas ocorre quando diplomatas ocidentais estão se esforçando para preservar o painel da ONU que monitora o cumprimento das sanções à Coreia do Norte, temendo que a Rússia possa vetar a renovação do mandato do órgão, de acordo com fontes do FT.

As deliberações sobre o painel de sanções da ONU, que foram relatadas pela agência de notícias sediada em Seul, NK News, levantaram questões sobre quanto tempo o órgão da ONU - e o próprio regime de sanções - podem sobreviver.

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