Rússia critica indicação das Pussy Riot para prêmio Sakharov
"Esta iniciativa pode ser considerada apenas como uma tentativa grosseira de interferir na atividade de um braço independente do poder russo", disse o chanceler do país
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2012 às 17h43.
Moscou - A Rússia criticou a decisão do Parlamento Europeu de apresentar a indicação das jovens do grupo punk russo Pussy Riot ao prestigioso Prêmio Sakharov, acusando seus organizadores de interferência nos assuntos do governo russo.
"Esta iniciativa de um grupo de deputados europeus pode ser considerada apenas como uma tentativa grosseira de interferir na atividade de um braço independente do poder russo, assim como de pôr em questão a decisão do tribunal que ditou seu veredicto como prevê a lei", indicou o Ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.
No dia 17 de agosto, Nadejda Tolokonnikova, de 22 anos, Ekaterina Samutsevich, de 30, e Maria Alejina, de 24, foram condenadas a dois anos de prisão cada uma por "vandalismo" e "incitação ao ódio religioso", depois de terem cantado, em fevereiro, em uma catedral moscovita uma "oração" em que pediam à Virgem Maria que tirasse o presidente russo Vladimir Putin do poder .
Esse caso suscitou uma onda de protestos no mundo e diversas personalidades pediram a libertação das jovens.
"Esperamos que sejam respeitados a memória de Sakharov e os milhões de católicos ortodoxos cujos direitos e sentimentos foram ofendidos" com a ação das Pussy Riot, acrescentou o ministério.
O Prêmio Sakharov, que será entregue oficialmente no dia 12 de dezembro em uma cerimônia em Estrasburgo (leste da França), homenageia a cada ano um defensor dos direitos humanos e da democracia.