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Rússia convida Ocidente a verificar excessos ucranianos

Governo russo convidou países ocidentais a visitar fronteira com a Ucrânia para conhecer a situação no local


	Rússia convidou Ocidente para visitar a fronteira e comprovar os excessos ucranianos
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Rússia convidou Ocidente para visitar a fronteira e comprovar os excessos ucranianos (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h28.

Kiev - Dez países ocidentais, entre eles Estados Unidos, Alemanha, França e Espanha, aceitaram o convite da Rússia para inspecionar a fronteira com a Ucrânia, cenário há dias de sangrentos enfrentamentos.

"O objetivo da viagem é conhecer a situação. Esperamos que nossos colegas informem seus governos sobre o que veem", explicou Sergei Rijkov, representante do Ministério da Defesa russo.

Segundo Rijkov, a Rússia está alarmada pela escalada de tensão na fronteira, que teve vários trechos tomados pelos rebeldes pró-russos no início de junho, algumas recuperadas pelo governo nos últimos dias.

O grupo, que viajou hoje para a fronteira, inclui dez adidos militares ocidentais credenciados em Moscou, além de um representante chinês.

"Consideramos que (o convite dos adidos militares) é outro gesto de boa vontade da parte russa, uma confirmação de nossa política de transparência em atividades militares e mais uma tentativa de mostrar para a opinião publica mundial a situação real na fronteira", disse o vice-ministro da Defesa, Anatoli Antonov.

Antonov denunciou que as localidades russas situadas perto da fronteira com a Ucrânia são crescentes alvos de tiroteios vindos do país vizinho.

Uma das povoações ucranianas mais afetadas é Snezhnaya, na região de Donetsk, onde dez civis podem ter morrido hoje no bombardeio de um edifício residencial, do qual se acusam mutuamente os rebeldes e o governo de Kiev.

No domingo passado um civil morreu em uma explosão no pátio de sua casa de um projétil de artilharia disparado do território ucraniano, incidente que Moscou tachou de 'ato de agressão' à soberania ao seu território e aos seus cidadãos.

Tanto o Ministério da Defesa como a Guarda Nacional ucraniana negaram que forças do governo atacaram cidades russas próximas à fronteira.

De fato, Kiev acusa Moscou há semanas de permitir a livre circulação através da fronteira de milicianos rebeldes equipados com armamento pesado, incluídos entre eles vários mercenários russos.

A Ucrânia "nega cinicamente fatos evidentes e faz todo o possível para desviar as acusações de bater em território russo", apontou Antonov.

A Rússia convidou ontem 18 adidos militares, mas sete recusaram uma viagem para a fronteira, alegando diferentes razões.

"Só Ucrânia, Japão, Coreia do Sul e Holanda responderam com uma negativa categórica", disse Rijkov.

Em uma tentativa de rebater as acusações ucranianas, a Rússia convidou também dez observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para inspecionar dois pontos da fronteira, em Donetsk e Gukovo.

A entidade anunciou hoje que enviará três observadores, que emitirão na próxima semana um relatório sobre a necessidade de enviar para a fronteira russo-ucraniana uma missão permanente que poderia contar com aviões não tripulados.

A chancelaria ucraniana não demorou a criticar hoje a iniciativa da inspeção só na parte da russa da fronteira e acusou Moscou de tentar confundir a comunidade internacional e desacreditar a ofensiva governamental contra os insurgentes.

Os militares ucranianos não dispararam nem dispararão contra os territórios dos países vizinhos', garantiu o porta-voz, que cobrou que Moscou deixe de ajudar militarmente os milicianos insurgentes - críticas que foram referendadas pelos Estados Unidos.

O Departamento de Estado americano publicou um relatório no qual insiste que a Rússia continua a fornecer aos rebeldes armamento pesado e dinheiro, e que os milicianos têm carta branca para atravessar a fronteira quando quiserem.

Em particular, denunciaram que a Rússia concentrou equipes militares, entre eles tanques fora de serviço, perto da fronteira com a Ucrânia que poderiam ser transferidos para as forças separatistas.

Mesmo assim hoje a Ucrânia se mostrou disposta a realizar uma nova reunião do Grupo de Contato, assunto que foi abordado recentemente pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

Os representantes separatistas não se reuniriam tête-à- tête com as autoridades de Kiev, mas através de uma videoconferência.

Kiev estimou hoje em 258 as baixas entre as forças governamentais desde o início da operação antiterrorista em abril, enquanto outros 45 militares teriam caído nas mão dos insurgentes, incluídos os dois pilotos do avião AN-26 derrubado na segunda-feira pelos separatistas na região de Lugansk.

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