Sessão na Duma: câmara baixa do Parlamento russo aprovou projeto de lei que proíbe casais homossexuais ou solteiros de adotar russas em países que legalizaram a união entre pessoas do mesmo sexo (Natalia Kolesnikova/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2013 às 14h43.
Moscou - A Duma, câmara baixa do Parlamento russo, aprovou nesta terça-feira, em segunda leitura, um projeto de lei que proíbe que casais homossexuais ou solteiros adotem crianças russas em países que legalizaram a união entre pessoas do mesmo sexo.
O projeto de lei, que ainda deve ser votado em terceiro turno e depois aprovado pela câmara alta do Parlamento, além de assinado pelo presidente russo, foi aprovado por 443 deputados.
Segundo o texto, a adoção de crianças russas passa a ser proibida a "pessoas do mesmo sexo, cuja união foi reconhecida como um casamento e que foi registrada em um Estado onde uma tal união é autorizada, assim como aos cidadãos de tais Estados que não são casados".
"A aprovação deste projeto de lei elimina de fato toda a possibilidade de estrangeiros que tenham uma orientação sexual não-tradicional adotar crianças russas", considerou Elena Mizoulina, deputada do partido Rússia Justa e uma das autoras do texto.
Os casais casados e heterossexuais ainda vão poder adotar crianças.
"Uma criança precisa de um pai e de uma mãe", declarou o deputado Sergueï Jelezniak, vice-presidente da Duma.
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é autorizado em 14 países, incluindo no Canadá, Bélgica, Espanha, e recentemente a França.
Em dezembro, Moscou proibiu a adoção por americanos, em resposta à "lista Magnitski", uma lei americana punindo responsáveis russos envolvidos na morte em 2009 do advogado Serguei Magnitski na prisão.