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Rússia afirma ter derrubado drones e mísseis ucranianos após ataque a Kiev

A capital ucraniana havia sido alvo do maior ataque a drones russos desde o início do confronto

Prédio em Kiev atingido por drone russo: guerra áerea na Ucrânia (Anadolu Agency/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 26 de novembro de 2023 às 12h14.

A Rússia afirmou, neste domingo (26), que derrubou drones ucranianos em quatro das suas regiões, incluindo em torno de Moscou, assim como dois mísseis ucranianos, um dia depois de um grande bombardeio em Kiev com estes dispositivos telecomandados.

Na manhã de sábado, a capital ucraniana foi alvo do maior ataque de drones russos desde o início da ofensiva de Moscou contra Kiev, em fevereiro de 2022.

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O Ministério da Defesa russo afirmou, neste domingo, em comunicado que "a defesa aérea destruiu quatro drones ucranianos sobre as regiões de Bryansk, Smolensk e Tula", a sudoeste e a sul de Moscou, a capital.

A Rússia já havia relatado outros drones derrubados sobre a região de Moscou e dois mísseis ucranianos sobre o Mar de Azov.

"A defesa aérea russa localizou e destruiu dois mísseis ucranianos no ar sobre a área do Mar de Azov", que se dirigiam para a Rússia, disse o ministério.

A Ucrânia, por sua vez, indicou que derrubou oito dos nove drones lançados sobre o seu território no domingo, um dia após um grande ataque com estes dispositivos contra a capital.

Kiev afirma que foi a maior onda de bombardeios com drones desde o início do conflito, com 75 destes dispositivos lançados por Moscou, a maioria direcionados para a capital. A Ucrânia afirma ter derrubado 71.

O ataque deixou cinco feridos, segundo as autoridades, e cortou a energia de dezenas de edifícios.

A Ucrânia se prepara para uma nova onda de bombardeios maciços russos contra a sua infraestrutura energética e teme uma situação semelhante à do inverno de 2022, quando milhões de pessoas ficaram sem eletricidade em pleno inverno.

Lembranças da "Grande Fome" dos anos 1930

O ataque de sábado coincidiu com a comemoração do "Holodomor" na Ucrânia, a grande fome da década de 1930 que matou milhões de ucranianos.

Kiev afirma que foi um "genocídio" perpetrado pelo líder soviético Joseph Stalin. A Rússia sublinha que a fome não causou apenas vítimas ucranianas, mas também russas, cazaques e de outras nacionalidades, em um contexto de coletivização das terras.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou no sábado a Rússia de danificar "deliberadamente" os campos e a infraestrutura agrícola da ex-república soviética.

"A infraestrutura agrícola da Ucrânia está mais uma vez sendo um alvo deliberado" de Moscou, denunciou em uma mensagem sobre o Holodomor.

Os ataques das últimas horas também coincidem com o décimo aniversário da revolução pró-europeia Maidan em 2014, que irritou o seu vizinho russo.

Pouco depois de os ucranianos terem derrubado o governo apoiado por Moscou em 2014, a Rússia anexou a Crimeia e apoiou os separatistas no leste da Ucrânia.

Dez anos depois, a Rússia ainda considera a revolução Maidan um "golpe de Estado" ilegítimo e procura instaurar um novo governo em Kiev.

"Há dez anos, em Kiev, houve um golpe de Estado pela força e as autoridades legítimas foram derrubadas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, neste domingo.

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