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Rio de magma de Grindavik, na Islândia, teve fluxo recorde

Atividade evidencia o despertar, após 800 anos, de uma extensa falha, que permitiu que o magma fluísse para cima

Erupção vulcânica em uma fissura nos arredores de Grindavik, na península islandesa de Reykjanes, em 8 de fevereiro de 2024 (AFP Photo)

Erupção vulcânica em uma fissura nos arredores de Grindavik, na península islandesa de Reykjanes, em 8 de fevereiro de 2024 (AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 19h22.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 19h37.

O rio de magma que brotou de uma fissura perto da cidade islandesa de Grindavik em novembro passado teve um fluxo recorde, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira, 8, na revista "Science".

Os autores advertiram que a atividade sísmica associada não diminuiu, como mostrou uma quarta erupção registrada hoje nessa região da península de Reykjanes, sudoeste da Islândia.

A atividade registrada desde 2021 evidencia o despertar, após 800 anos, de uma extensa falha, que permitiu que o magma fluísse para cima, segundo os vulcanólogos.

Em 10 de novembro, um fluxo de magma formou uma fissura, chamada "dique", com 15 quilômetros de extensão e 4 quilômetros de profundidade, com apenas alguns metros de largura. O magma fluiu a uma vazão de 7,4 mil metros cúbicos por segundo, "um ritmo nunca antes registrado", segundo Freysteinn Sigmudsson, pesquisador do Centro de Vulcanologia nórdica da Universidade da Islândia e principal autor do estudo.

Essa vazão se aproxima da de grandes rios, como o Danúbio, na Europa, ou o Yukon, no Alasca, e é um indício de que "a atividade está acelerando", acrescentou.

Desde 18 de dezembro, essa região, próxima do círculo polar ártico e atualmente mergulhada em uma noite quase constante, registrou três erupções. A erupção desta quinta-feira ocorreu 5 quilômetros ao norte de Grindavik, informou Hjördus Gudmundsdóttir, porta-voz da defesa civil. A cidade portuária, de 4 mil habitantes, já havia sido evacuada preventivamente em 11 de novembro.

"Às 5h30, um pequeno terremoto começou a se intensificar a nordeste de Sýlingarfell. Quase 30 minutos depois, uma erupção começou na mesma área", informou a Agência Meteorológica Islandesa (IMO). "Segundo os primeiros relatos procedentes do voo de vigilância da Guarda Costeira, a erupção aconteceu na mesma área que a de 18 de dezembro. A fissura tem quase 3 quilômetros de comprimento", afirmou a agência.

Kristin Jonsdottir, sismóloga da IMO entrevistada pela rádio pública islandesa (Ruv), afirmou que a região onde ocorreu a erupção é favorável e não há infraestrutura ameaçada. "A situação está sob controle, não há perigo", assegurou a porta-voz da defesa civil

Com 33 sistemas ativos, a Islândia é a região de maior atividade vulcânica da Europa.

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