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Reunião de cúpula do G20 começa nesta segunda, veja a agenda

Líderes dos EUA, China, França e vários outros países se encontram no Rio de Janeiro

O presidente Lula com Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em reunião no domingo, 17 (Ricardo Stuckert/Divulgação)

O presidente Lula com Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, em reunião no domingo, 17 (Ricardo Stuckert/Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 18 de novembro de 2024 às 06h01.

Última atualização em 18 de novembro de 2024 às 06h15.

Rio de Janeiro - A Presidência do Brasil no G20 entra em sua reta final nesta semana, com a reunião de cúpula dos chefes de estado, marcada para esta segunda, 17, e terça, 18, no Rio de Janeiro.

O G20 reúne as principais economias desenvolvidas e emergentes. São 19 países, além da União Europeia e União Africana (veja a lista completa mais abaixo). Além disso, são esperados representantes de 55 países e organizações internacionais.

Nestes dois dias, haverá três reuniões principais, uma delas para cada prioridade que o Brasil escolheu para este anoalém de outros eventos paralelos.

O encontro entre os líderes começa às 8h40, com uma recepção aos líderes estrangeiros. Às 10h, haverá a primeira grande reunião, sobre o combate à pobreza. Nesse evento, o Brasil lançará uma aliança de combate à fome e a pobreza.

"Na ocasião, o presidente deverá ler a lista completa dos que já aderiram à aliança. A aliança continuará aberta às adesões, até porque, a aliança, como um todo, tem uma previsão de funcionamento de 2025 até 2030", disse Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty e sherpa (chefe da delegação brasileira) no G20, em conversa com jornalistas.

Lyrio diz que o documento sobre a aliança já foi aprovado por todos os países do bloco e a reunião de cúpula servirá para que sejam negociados mais resultados efetivos.

De tarde, às 14h30, será feita a segunda reunião, sobre reforma das instituições globais, como a ONU. "Isso significa a reforma da principal organização política internacional, a ONU, reforma das instituições financeiras internacionais, basicamente nascidas com Bretton Woods, como é o caso do Banco Mundial e do FMI, e também a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC)", disse Lyrio.

Ao fim do dia, às 18h, haverá uma recepção aos líderes estrangeiros, oferecida por Lula. Na terça-feira, 18, haverá a última reunião de cúpula, sobre transição energética e mudanças climáticas, na parte da manhã. Em seguida, haverá uma cerimônia de encerramento e a transmissão simbólica da presidência do G20 para a África do Sul.

Reuniões bilaterais no domingo

No domingo, 17, o presidente Lula teve reuniões bilaterais com 10 chefes de estado e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. Ele recebeu os governantes da África do Sul, Malásia, Itália, Abu Dhabi, Vietnã, Angola, Turquia, Egito, França e Bolívia.

No fim de semana, o Rio de Janeiro recebeu vários eventos paralelos ao G20, como o U20, um encontro de prefeitos, e o G20 Social, que reuniu representantes da sociedade civil de várias cidades e países para debater formas de combater a pobreza e as mudanças climáticas, entre outros temas.

Houve ainda uma edição do evento Global Citizen Now, onde foi lançada uma parceria entre Europa e África para ampliar as energias renováveis no continente africano.

Ainda no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitou a Amazônia e prometeu novas ações para preservar a floresta, incluindo um aporte de US$ 50 milhões para o Fundo Amazônia.

Declaração final do G20

Ao final do evento, será emitida uma declaração conjunta dos líderes, com diretrizes, posicionamentos e medidas defendidas por todos eles.

Na última edição, em 2023, na Índia, a declaração final buscou ressaltar que o G20 é mais um fórum de cooperação econômica do que política. Sob pressão de Rússia e China, houve uma menção branda à guerra da Ucrânia.

O documento final daquele ano teve 76 itens, com medidas para ampliar o combate à corrupção e ao terrorismo, fortalecer o empoderamento das mulheres e estimular a digitalização da economia, entre outras ações.

Neste ano, há novo debate sobre mencionar a Guerra da Ucrânia, e também o conflito entre Israel e Hamas. Alguns países defendem que haja uma menção aos excessos de Israel na invasão de Gaza.

Um dos pontos defendidos pelo Brasil é incluir na declaração final uma proposta de taxação de super-ricos. O país defende um imposto global de 2% sobre o patrimônio de cerca de 3 mil super-ricos. Isso poderia trazer um potencial de arrecadação de US$ 250 bilhões por ano.

Quem está no G20?

O grupo une 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O G20 agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.

O que é o G20?

Um grupo que reúne as maiores economias do mundo e os maiores países desenvolvidos, que se reúne anualmente para debater questões geopolíticas e econômicas. O G20 não tem poder para determinar medidas obrigatórias aos países, mas serve como espaço de debate e trocas de experiências e iniciativas, a serem adotadas posteriormente pelos países-membros.

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