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Resolução da ONU não autoriza ação para derrubar Kadafi, diz Cameron

Primeiro-ministro inglês alertou que saída ou não do ditador é uma decisão que cabe ao povo líbio

Para David Cameron, a operação militar na Líbia já dá resultados (Getty Images)

Para David Cameron, a operação militar na Líbia já dá resultados (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 16h39.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou nesta segunda-feira que a resolução 1973 aprovada na semana passada pelo Conselho de Segurança da ONU não autoriza uma ação militar para derrubar o ditador líbio Muammar Kadafi.

"A resolução é limitada em seu alcance e não proporciona explicitamente a autoridade legal para uma ação que provoque a saída do poder de Kadafi pela via militar", declarou Cameron durante uma intervenção na Câmara dos Comuns.

O primeiro-ministro, que afirmou que as Forças aliadas já conseguiram implementar plenamente a zona de exclusão aérea sobre o país do norte da África, ressaltou que "Líbia tem que se desfazer de Kadafi" e acrescentou que os líbios são quem "têm que escolher seu próprio futuro".

No entanto, considerou que a comunidade internacional é "responsável em última instância" da aplicação da resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Fontes em Downing Street adicionaram posteriormente que o Governo britânico "não quer entrar em um debate sobre objetivos específicos" e estes "se elegerão para conseguir o estabelecido na resolução" da ONU, ou seja, estabelecer a zona de exclusão aérea e proteger aos civis.

As declarações de Cameron sucederam às do chefe do Estado-Maior da defesa britânica, o general David Richards, que de manhã foi categórico no momento de descartar que Kadafi seja um alvo militar das Forças internacionais que estão atuando na Líbia.

No domingo passado, o ministro da Defesa, Liam Fox, não descartou que o líder líbio fosse um alvo legítimo dos bombardeios no caso de uma ação deste tipo não por em risco vidas de civis.

"Há uma diferença entre o fato de que alguém seja um alvo legítimo e a decisão de passar ao ataque", porque para isto "seria preciso levar em conta os civis na zona", declarou à "BBC" o ministro da Defesa.

Em seu comparecimento perante a Câmara dos Comuns, Cameron afirmou também que a ação militar evitou um "massacre sangrento" em Benghazi, cidade sede do Governo provisório líbio.

Cameron assegurou que "se progrediu bem" nos dois alvos iniciais da coalizão aliada para aplicar a resolução 1973.

"A primeira era suprimir as defesas aéreas líbia e fazer possível a aplicação segura de uma zona de exclusão aérea. A segunda era proteger os civis do ataque do regime de Kadafi. Se progrediu bem nas duas frentes", manifestou.

O primeiro-ministro do Reino Unido declarou que "as Forças da coalizão neutralizaram em boa parte as defesas aéreas líbias e o resultado é que a zona de exclusão aérea se instaurou com eficácia sobre a Líbia".

Cameron ressaltou que a operação militar "não é uma invasão" e deu garantias aos cidadãos britânicos que "não haverá ocupação da Líbia", porque a resolução da ONU não o autoriza, e rejeitou as comparações com a Guerra do Iraque.

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