O grupo espanhol Repsol YPF anunciou, nesta quarta-feira (12/7), que comprou 28% de participação em um campo petrolífero no Golfo do México. A fatia pertencia à britânica BP, que decidiu deixar o consórcio que explora o campo. O negócio foi avaliado em 1,7 bilhão de euros. A transação visa reverter três anos consecutivos de queda nas reservas petrolíferas da Repsol.

Batizado de Shenzi, o campo petrolífero deve acrescentar de 350 milhões a 400 milhões de barris às reservas da Repsol. A companhia também espera elevar sua produção no Golfo do México para 35 000 barris diários até 2009. "Shenzi não é apenas o maior campo descoberto no Golfo do México, mas também tem o potencial para se tornar o maior campo em operação em águas profundas", afirmou o grupo espanhol em comunicado.

A transação surpreendeu alguns analistas internacionais, de acordo com o jornal britânico Financial Times. A britânica BP está vendendo vários ativos na região, mas os campos em águas profundas - caso do de Shenzi - são um elemento-chave para os lucros da empresa. Segundo pessoas ligadas à negociação, a decisão da BP de vender seus 28% para a Repsol e deixar Shenzi deve-se à posição minoritária que os britânicos ocupavam no consórcio que explora o campo. A liderança do consórcio está nas mãos da australiana BHP Billiton, que detém 44% do capital. "A BP decidiu utilizar o dinheiro obtido com a venda em oportunidades melhores de negócio", afirmou uma fonte ao FT.