Renúncia do papa pode afetar desempenho de Berlusconi
Alguns analistas dizem que a renúncia do papa tenderá a dominar o noticiário da TV e dos jornais, quando faltam apenas 12 dias para a eleição
Da Redação
Publicado em 12 de fevereiro de 2013 às 12h51.
Roma - A renúncia do papa Bento 16 pode prejudicar o desempenho do ex-premiê Silvio Berlusconi na eleição italiana deste mês, segundo alguns analistas e especialistas em pesquisas.
Com uma campanha agressiva, baseada na promessa de menos impostos, Berlusconi vinha se aproximando nas pesquisas do centro-esquerdista Pier Luigi Bersnani, visto como favorito nos últimos meses.
Mas alguns analistas dizem que a renúncia do papa tenderá a dominar o noticiário da TV e dos jornais, quando faltam apenas 12 dias para a eleição, atrapalhando o avanço do político conservador.
"Isso irá colocar a campanha no gelo por um tempo, e essa é uma má notícia para Berlusconi, que ainda precisa ganhar terreno", disse Renato Mannheimer, diretor do instituto de pesquisas Ispo.
As últimas pesquisas publicadas na sexta-feira, prazo limite para a divulgação desses levantamentos antes da votação nos dias 24 e 25 de fevereiro, davam uma vantagem média de 5,7 pontos percentuais para Bersani, abaixo dos 10 por cento registrados antes do início da campanha.
Pelo complicado sistema eleitoral italiano, essa vantagem poderia dar ao Partido Democrático, de Bersani, uma expressiva vantagem na Câmara dos Deputados, mas sem que ele consiga formar maioria no Senado, onde as vagas são distribuídas por critérios regionais.
A ofensiva midiática de Berlusconi nas últimas semanas incluiu vários "anúncios de choque", como a promessa de reembolso de um odiado imposto imobiliário, a extinção de um imposto sobre folhas de pagamentos no caso de novas contratações, e uma anistia para sonegadores.
Na terça-feira, por causa da renúncia papal, a campanha eleitoral saiu da capa dos principais jornais e foi parar lá pela página 15. Nesse cenário, promessas eleitorais bombásticas tendem a ficar diluídas, ao menos nos próximos dias.
Bento 16 anunciou que ficará no cargo até 28 de fevereiro, o que significa que as especulações sobre sua sucessão continuarão ocupando grande espaço no noticiário até a eleição geral da Itália.
"Isso vai tirar visibilidade de Berlusconi, e deve beneficiar o favorito, que é o PD", disse Roberto d'Alimonte, principal especialista italiano em questões eleitorais. "Berlusconi precisa de espaço na mídia para tirar essa diferença".
Outro aspecto citado por alguns comentaristas foi a possível associação a ser feita por eleitores entre a decisão do papa de renunciar por causa da sua idade avançada e a recusa de Berlusconi em fazer o mesmo, apesar de ele ter 76 anos e já ter sido premiê em quatro ocasiões.
"Após o anúncio do papa, Berlusconi parece 20 anos mais velho", disse o comentarista político Antonio Polito em uma mensagem pelo Twitter, refletindo vários comentários semelhantes nas redes sociais.
Roma - A renúncia do papa Bento 16 pode prejudicar o desempenho do ex-premiê Silvio Berlusconi na eleição italiana deste mês, segundo alguns analistas e especialistas em pesquisas.
Com uma campanha agressiva, baseada na promessa de menos impostos, Berlusconi vinha se aproximando nas pesquisas do centro-esquerdista Pier Luigi Bersnani, visto como favorito nos últimos meses.
Mas alguns analistas dizem que a renúncia do papa tenderá a dominar o noticiário da TV e dos jornais, quando faltam apenas 12 dias para a eleição, atrapalhando o avanço do político conservador.
"Isso irá colocar a campanha no gelo por um tempo, e essa é uma má notícia para Berlusconi, que ainda precisa ganhar terreno", disse Renato Mannheimer, diretor do instituto de pesquisas Ispo.
As últimas pesquisas publicadas na sexta-feira, prazo limite para a divulgação desses levantamentos antes da votação nos dias 24 e 25 de fevereiro, davam uma vantagem média de 5,7 pontos percentuais para Bersani, abaixo dos 10 por cento registrados antes do início da campanha.
Pelo complicado sistema eleitoral italiano, essa vantagem poderia dar ao Partido Democrático, de Bersani, uma expressiva vantagem na Câmara dos Deputados, mas sem que ele consiga formar maioria no Senado, onde as vagas são distribuídas por critérios regionais.
A ofensiva midiática de Berlusconi nas últimas semanas incluiu vários "anúncios de choque", como a promessa de reembolso de um odiado imposto imobiliário, a extinção de um imposto sobre folhas de pagamentos no caso de novas contratações, e uma anistia para sonegadores.
Na terça-feira, por causa da renúncia papal, a campanha eleitoral saiu da capa dos principais jornais e foi parar lá pela página 15. Nesse cenário, promessas eleitorais bombásticas tendem a ficar diluídas, ao menos nos próximos dias.
Bento 16 anunciou que ficará no cargo até 28 de fevereiro, o que significa que as especulações sobre sua sucessão continuarão ocupando grande espaço no noticiário até a eleição geral da Itália.
"Isso vai tirar visibilidade de Berlusconi, e deve beneficiar o favorito, que é o PD", disse Roberto d'Alimonte, principal especialista italiano em questões eleitorais. "Berlusconi precisa de espaço na mídia para tirar essa diferença".
Outro aspecto citado por alguns comentaristas foi a possível associação a ser feita por eleitores entre a decisão do papa de renunciar por causa da sua idade avançada e a recusa de Berlusconi em fazer o mesmo, apesar de ele ter 76 anos e já ter sido premiê em quatro ocasiões.
"Após o anúncio do papa, Berlusconi parece 20 anos mais velho", disse o comentarista político Antonio Polito em uma mensagem pelo Twitter, refletindo vários comentários semelhantes nas redes sociais.