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Renúncia de assessor foi por perda de confiança, diz Casa Branca

O relato do porta-voz foi diferente do da assessora de Trump, que ontem, antes da renúncia, disse que Flynn contava com "plena confiança" do presidente

Trump e Flynn: o porta-voz explicou que Trump foi informado há semanas que Flynn não tinha dito a verdade sobre as ligações para o embaixador (Mike Segar/File Photo/Reuters)

Trump e Flynn: o porta-voz explicou que Trump foi informado há semanas que Flynn não tinha dito a verdade sobre as ligações para o embaixador (Mike Segar/File Photo/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 18h58.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a renúncia de Michael Flynn do cargo de assessor de segurança nacional porque perdeu a confiança no general reformado após a revelação dos contatos que ele teve com a Rússia, indicou nesta terça-feira o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.

Em entrevista coletiva, Spicer negou que a saída de Flynn se trate de uma "questão legal" por seus diálogos com o embaixador da Rússia em Washington, Serguei Kislyak.

O agora ex-assessor mentiu para o vice-presidente, Mike Pence, e outros funcionários do alto escalão do governo sobre o conteúdo das ligações.

O porta-voz explicou que Trump foi informado há semanas que Flynn não tinha dito a verdade sobre as ligações para Kislyak e, após avaliar o assunto, o nível de confiança no assessor "caiu a tal ponto que foi necessária uma mudança".

Até agora, não estava claro se presidente sabia que o Departamento de Justiça alertou no fim de janeiro a Casa Branca que Flynn poderia estar em uma posição de risco pela contradição em suas conversas com Kislyak e, inclusive, estar vulnerável a possíveis chantagens do Kremlin.

Spicer revelou que Trump foi informado sobre o problema desde início. Embora o presidente tenha concluído junto com a equipe jurídica do governo que Flynn não violou as leis, o presidente decidiu pedir a renúncia por uma "questão de confiança".

O relato de Spicer foi diferente do de uma das conselheiras mais próximas a Trump, Kellyane Conway, que ontem, horas antes da renúncia, disse que Flynn contava com "plena confiança" do presidente.

Hoje, ela disse que o ex-assessor apresentou a renúncia voluntariamente, e não à pedido do republicano.

Flynn, um general condecorado que assessorou Trump sobre política externa na campanha, conversou com o embaixador da Rússia em Washington, Serguei Kislyak, durante o período de transição entre o atual governo e o do ex-presidente Barack Obama e também antes das eleições presidenciais do último dia 8 de novembro.

Algumas dessas ligações foram grampeadas. Segundo as transcrições, Flynn e o embaixador conversaram sobre as sanções contra o Kremlin impostas por Obama antes de deixar a Casa Branca como represália à ingerência russa nas eleições do país.

Enquanto os rumores sobre o conteúdo dessas ligações percorriam os corredores de Washington, Flynn garantiu ao vice-presidente, Mike Pence, e a outros funcionários do alto escalão do governo que não tinha conversado com Kislyak sobre as sanções contra a Rússia.

Hoje, Spicer negou categoricamente que Trump tenha instruído Flynn a falar com o embaixador russo sobre as sanções.

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