Mundo

Relações EUA-China devem descongelar em breve, segundo Biden

As declarações de Biden refletem os esforços recentes dos Estados Unidos em retomar o contato substancial com a China

Biden e Xi: relações descongeladas. (Lintao Zhang/Getty Images)

Biden e Xi: relações descongeladas. (Lintao Zhang/Getty Images)

China2Brazil
China2Brazil

Agência

Publicado em 24 de maio de 2023 às 18h02.

Última atualização em 24 de maio de 2023 às 18h03.

Em uma coletiva de imprensa realizada após a cúpula do G7, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou sua expectativa de que as relações entre Washington e Pequim possam descongelar em um futuro próximo. Ele insinuou a possibilidade de um diálogo com o presidente chinês, Xi Jinping, em breve.

Além disso, Biden destacou que os países do G7 chegaram a um consenso em relação à sua postura em relação à China, deixando claro que não tem a intenção de “desacoplar” o país asiático, mas sim de gerenciar os riscos envolvidos nessa relação.

As declarações de Biden refletem os esforços recentes dos Estados Unidos em retomar o contato substancial com a China. Já haviam sido sugeridas várias vezes visitas oficiais de autoridades americanas à China, incluindo o secretário de Estado, Blinken. No entanto, essas visitas foram adiadas devido ao incidente envolvendo um balão suspeito de transportar dispositivos de espionagem chineses que sobrevoou o território dos Estados Unidos em fevereiro deste ano e foi abatido pela Força Aérea Americana.

Visitas

O governo dos Estados Unidos, segundo informações divulgadas recentemente, está considerando a organização de uma série de visitas de alto nível à China nos próximos meses como parte de seus esforços para restabelecer os contatos significativos entre os dois países. Entre os possíveis candidatos para essas visitas estão o secretário de Estado, Blinken, a secretária do Tesouro, Yellen, o secretário do Comércio, Raimondo, e o enviado especial para questões climáticas, Kerry. No entanto, a ordem das visitas e os detalhes específicos ainda não foram definidos.

A resposta da China em relação aos esforços dos Estados Unidos para aumentar o contato entre os dois países também é relevante. Em uma coletiva de imprensa realizada pelo Ministério das Relações Exteriores chinês no dia 11 de maio, um repórter questionou como a China vê esses esforços americanos. Alguns argumentaram que a reação da China não tem sido suficientemente calorosa. Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, afirmou que há uma comunicação contínua entre a China e os Estados Unidos, mas ressaltou que os EUA não podem falar sobre comunicação enquanto continuam a pressionar e conter a China. Ele enfatizou a importância de os Estados Unidos terem uma visão correta da China, respeitando suas linhas vermelhas e interesses soberanos, e promovendo uma relação saudável e estável entre os dois países.

Guerra comercial

Desde o final de 2018, a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos tem resultado em um agravamento constante nas relações bilaterais. Enquanto a China tem obtido significativos ganhos na balança comercial com os EUA ao longo dos anos, o déficit comercial americano com a China aumentou de US$ 353,5 bilhões em 2021 para US$ 382,9 bilhões em 2022, de acordo com estatísticas do Departamento de Comércio dos EUA. Por outro lado, os Estados Unidos são uma importante fonte de investimento estrangeiro para a China.

No contexto dessas tensões, o processo de revisão de segurança cibernética da China em relação à empresa americana de semicondutores Micron Technology foi concluído. O Escritório de Ciberespaço da China havia ordenado que as empresas chinesas interrompessem a compra de produtos da Micron, citando preocupações de segurança cibernética. A Micron Technology, que teve uma receita de US$ 30,758 bilhões em 2022, sendo US$ 3,311 bilhões provenientes da China continental, representando 11% de seu segundo maior mercado, viu essa revisão como uma possível resposta ao embargo imposto pelos EUA à indústria de semicondutores chinesa em outubro do ano passado, conforme reportado por alguns meios de comunicação.

No entanto, no dia seguinte, em 22 de maio, o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, liderou uma mesa redonda em Xangai para estabilizar a confiança dos investidores estrangeiros. Nessa reunião, representantes de empresas americanas, incluindo Johnson & Johnson, 3M, Dow, Merck e Honeywell, juntamente com a Câmara de Comércio Americana em Xangai, apresentaram relatórios sobre suas operações na China, compartilharam suas opiniões e sugestões para a melhoria contínua do ambiente de negócios no país. O ministro Wang enfatizou a importância de atrair investimentos estrangeiros e reiterou o compromisso da China em acolher o desenvolvimento de empresas americanas no país.

É notável que o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, esteja planejando visitar os Estados Unidos nesta semana para se reunir com a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, e a representante de Comércio dos EUA, Katherine Tai. Essa iniciativa é vista como uma oportunidade para aliviar as tensões existentes entre a China e os Estados Unidos.


Por: Zhuohua Liang
Tradução: Mei Zhen Li

Acompanhe tudo sobre:Xi JinpingJoe BidenChinaEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei

Trump ameaça retomar o controle do Canal do Panamá

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo