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Reino Unido ameaça suspender autonomia da Irlanda do Norte

A medida pode ser tomada se os partidos da província não chegarem a um acordo para a formação do Executivo em um "prazo limitado"

Reino Unido: os grupos políticos dispõem "de poucas semanas" para resolver suas diferenças (Oli Scarff/Getty Images)

Reino Unido: os grupos políticos dispõem "de poucas semanas" para resolver suas diferenças (Oli Scarff/Getty Images)

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EFE

Publicado em 28 de março de 2017 às 13h11.

Última atualização em 13 de setembro de 2019 às 10h27.

Londres - O governo do Reino Unido advertiu nesta terça-feira que poderia suspender a autonomia da Irlanda do Norte se os partidos da província não chegarem a um acordo para a formação do Executivo de poder compartilhado em um "prazo limitado" durante as próximas semanas.

O ministro britânico para a região, Peter Brockenshire, lançou essa mensagem ao apresentar ao parlamento de Londres as alternativas para acabar com a paralisia política, depois que os partidos norte-irlandeses esgotaram ontem o tempo dado para se chegar a um acordo de governabilidade.

O ministro reiterou durante o seu discurso que os grupos políticos, com o Partido Democrático Unionista (DUP, sigla em inglês) e o Sinn Féin à frente, dispõem "de poucas semanas" para resolver suas diferenças.

Segundo a legislação vigente, o Executivo britânico deverá convocar novas eleições regionais se não houver acordo em um prazo razoável, mas também poderia suspender a autonomia e governar a província diretamente de Londres, a opção que ninguém deseja, lembrou Brockenshire.

Para evitar isso, o ministro disse que os partidos devem "intensificar" suas conversas, nas quais participarão também representantes dos governos de Londres e Dublin para tentar aproximar suas posições.

Se as negociações fracassarem, Brockenshire deixou claro que contemplará primeiro a opção da suspensão sobre a convocação de novas eleições, pois assegurou que não "existe apetite agora" entre o eleitorado norte-irlandês para comparecer novamente às urnas, após as eleições de 2 de março.

"Diante da ausência de um governo autônomo, a responsabilidade do Reino Unido é oferecer estabilidade política e bom governo". "Não queremos um governo direto, mas, se as negociações fracassarem, vamos considerar todas as opções", afirmou Brockenshire.

O Sinn Féin, antigo braço político do inativo Exército Republicano Irlandês (IRA), quer que o DUP afaste sua líder e ex-primeira-ministra, Arlene Foster, enquanto persistirem as investigações de um escândalo financeiro na política de energias renováveis do Executivo anterior.

Esse caso provocou a renúncia do falecido Martin McGuinness de seu cargo de adjunto de Foster e o Executivo central em Londres se viu obrigado a realizar eleições antecipadas, nas quais ambos partidos se reafirmaram com os principais representantes de suas comunidades.

Além de seu enfrentamento por esse escândalo financeiro, nacionalistas e unionistas mantêm profundas diferenças em relação a assuntos relacionados com a política social e linguística e com o legado do passado conflito, que afeta a investigação de crimes não resolvidos cometidos por grupos terroristas e forças de segurança.

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