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Raúl Castro inicia processo de demissões em meio a temores

Governo cubano acredita que a eliminação de cerca de um milhão de empregos dos 4,2 milhões existentes em empresas e instituições estatais, dará maior produtividade e eficiência à economia, o que no futuro pode aumentar os salários

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2010 às 13h58.

São Paulo - O governo de Cuba inicia na segunda-feira um processo de seis meses para demitir 500.000 trabalhadores excedentes do Estado, o que deve gerar muitas dificuldades na transferência dos desempregados para um incipiente setor privado.

"A cessação trabalhista de muitos será um processo de readaptação que terá uma dificuldade especial", afirmou o cardeal Jaime Ortega, que admitiu as preocupações, além de um "pouco de expectativa".

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No entanto, o religioso também considerou que as mudanças do governo são "positivas".

Para tentar acalmar as inquietações, o jornal oficial Granma admitiu que alguns núcleos familiares podem ser afetados durante a aplicação da medida, mas destacou que ao lado deles "estará a revolução humanista, avaliando e propondo soluções, de acordo com as possibilidades reais".

O governo de Raúl Castro acredita que a eliminação de pouco mais de um milhão de empregos - 500.000 deles entre outubro e março de 2011 - dos 4,2 milhões existentes em empresas e instituições estatais, dará maior produtividade e eficiência à economia, o que no futuro pode aumentar os salários.

Segundo o governo ditatorial, 465.000 dos demitidos serão absorvidos pelo setor não estatal. Licenças serão concedidas para pequenos negócios, que passarão a pagar impostos.

Para promover também as médias empresas, não apenas as pequenas, o governo também autorizou a livre contratação de trabalhadores - antes permitida apenas aos familiares -, que também será taxada.

As medidas foram recebidas por muitos cubanos como opção de emprego e a chance de melhorar de vida, já que o Estado paga 20 dólares de salário mensal, mas outros estão pessimistas com o peso do pagamento de tributos e a falta de acesso ao crédito, que ainda está sendo avaliado pelo Banco Central.

Para tentar reduzir as inquietações, milhares de assembleias foram celebradas na última semana na ilha: os Comitês de Defesa da Revolução (CDR) e a Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC, única) tentaram explicar a necessidade da medida.

Os demitidos receberão um mês de salário como compensação e aqueles que não conseguirem entrar no setor privado 60%, segundo o tempo de serviço, com um teto de até cinco meses para aqueles com mais de 30 anos de trabalho.

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