O presidente cubano Raul Castro (Frederic Dubray/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2012 às 16h08.
São Paulo - O presidente de Cuba, Raul Castro, apoia os direitos dos homossexuais, incluindo a legalização da união entre pessoas do mesmo sexo, disse neste sábado sua filha, a sexóloga Mariela Castro, que lidera a cruzada contra a homofobia na ilha.
"Ele fez algumas defesas quanto à necessidade de avançar nos direitos relacionados à orientação sexual e à identidade de gênero", afirmou Mariela Castro à imprensa, ao responder à pergunta sobre se seu pai apoiava sua campanha para que o Parlamento legalize as uniões de pessoas do mesmo sexo.
A sexóloga, que dirige o Centro Nacional de Educação Sexual, ressaltou que Raul Castro se "manifestou sobre o assunto em várias ocasiões", inclusive no congresso do Partido Comunista, em abril de 2011, e no Parlamento, além de outras pequenas reuniões.
"O presidente de Cuba (...) tem falado sobre o tema, mas ele não tornou isso público, certamente faz parte de sua tática e estratégia", acrescentou Mariela, depois de liderar uma conga em massa (dança popular cubana de origem africana) contra a homofobia nas ruas de Havana.
"Ele mesmo disse que, como socialismo, não podemos progredir se continuarmos a viver com esses preconceitos", relatou.
Na terça-feira, durante a abertura da Quinta Jornada Cubana contra a Homofobia, que acontecerá até o final do mês, Mariela Castro disse esperar que neste ano o Parlamento aprove a legalização de casamentos homossexuais.
A proposta não abrange o casamento, somente as uniões consensuais amparadas pela legislação.
A homossexualidade, tradicionalmente estigmatizada em Cuba, foi reprimida após o triunfo da revolução de Fidel Castro em 1959, com internamentos em campos de trabalho e marginalização, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Raul Castro substituiu em 2006 seu irmão, Fidel.
Em janeiro, a primeira Conferência Nacional do Partido Comunista concordou em acabar com toda forma de discriminação, incluindo contra a orientação sexual.