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Ramadã começa hoje para 1,5 bilhão de muçulmanos

Início do mês sagrado já foi marcado por problemas econômicos e atentados em alguns países

Homem lê o Alcorão em mesquita no Afeganistão no primeiro dia do Ramadã - 27/05/2017 (REUTERS/Mohammad Ismail/Reuters)
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AFP

Publicado em 27 de maio de 2017 às 12h46.

De Jacarta a Túnis, passando por Mossul, o mês sagrado de jejum e oração do Ramadã começou neste sábado para quase 1,5 bilhão de muçulmanos em todo o mundo.

Durante 29 ou 30 dias, os crentes vão abster-se de comer, beber, fumar e fazer sexo do nascer ao pôr do sol. Antes de quebrar o jejum com refeições, muitas vezes festivas.

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Mas, em vários países, principalmente no Oriente Médio, estas celebrações são ofuscadas este ano por conflitos ou pelas dificuldades econômicas.

Assim, no Afeganistão, um atentado com um carro-bomba reivindicado pelo Talibã e, aparentemente, visando uma milícia financiada pela CIA, deixou 13 civis e militares mortos, neste sábado, em Khost, no leste do país.

Na Líbia, o início do Ramadã coincidiu com a retomada da violência em Trípoli, onde grupos rivais tentaram na sexta-feira tomar posições no centro da capital. As autoridades relataram 28 mortes, enquanto as forças leais ao Governo de União Nacional (GNA) lamentaram 52 mortes.

"Este é o presente (dos grupos armados) aos cidadãos para o mês do Ramadã", denunciou o GNA.

Para os habitantes da zona oeste de Mossul, o início do mês sagrado começa com o anúncio, por parte das forças iraquianas, do lançamento de uma ofensiva simultânea em vários bairros ainda controlados pelos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

No Iêmen, o enviado das Nações Unidas Ismaïl Ould Cheikh Ahmed não foi capaz de promover a ideia de uma trégua para o Ramadã nos combates entre os rebeldes xiitas huthis e as forças do governo.

'Um Ramadã feliz'

O início do Ramadã também é marcado pelo luto no Egito, onde um ataque reivindicado pelo EI no dia anterior fez 29 mortos entre cristãos coptas em Minya (centro).

O mufti do Egito, Shawki Allam, havia cancelado na sexta à noite a cerimônia que acompanha a cada ano a observação da lua e o anúncio do início do mês sagrado.

"Apesar do coração partido e das lágrimas nos olhos, ainda desejo a todos os meus amigos um Ramadã feliz", escreveu neste sábado em sua página no Facebook Nabil Hakim, um copta egípcio que vive nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desejou "um feliz Ramadã a todos os muçulmanos", chamando a comunidade muçulmana a rejeitar a violência promovida pelos extremistas e trabalhar pela paz, em um comunicado na sexta-feira.

Em um discurso aos sauditas e muçulmanos em geral, publicado neste sábado pela imprensa em Riad, o rei Salman da Arábia Saudita chamou o Islã de "religião da misericórdia, moderação e coexistência pacífica".

Nos países do Golfo, empresas e indivíduos oferecem, especialmente nas mesquitas, refeições gratuitas de ruptura do jejum aos muitos trabalhadores estrangeiros de confissão muçulmana, ou de outras.

Dias mais longos

Na Tunísia, o presidente Beji Caid Essebsi afirmou sexta-feira à noite na televisão que as autoridades tinham feito um "esforço especial" para reduzir os preços de alguns alimentos para o Ramadã, uma vez que "o poder de compra é um pouco baixo".

Muitos crentes fazem realmente grandes esforços nas compras de alimentos em antecipação das refeições com a família e amigos durante este mês sagrado.

No centro de Túnis, como a cada Ramadã, alguns cafés cobriram suas vitrines com papel jornal para permitir que aqueles que não fazem jejum possam comer e fumar sem serem vistos.

Na Indonésia, o país com o maior número de muçulmanos no mundo, as autoridades destruíram milhares de garrafas de cerveja e outras bebidas para lembrar que o consumo de álcool é contra os princípios do Islã.

O Ramadã pode ser particularmente difícil este ano, porque acontece durante um período em que os dias são mais longos e as temperaturas são muito elevadas na maioria dos países muçulmanos.

O período termina em 25 ou 26 de junho, dependendo do país, com a festa de Eid al-Fitr.

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