O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy (Javier Soriano/AFP)
EFE
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 10h05.
Madri - O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, esclareceu nesta segunda-feira que não se ofereceu ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como mediador para a América Latina, mas sim propôs que a Espanha, por conta das relações que tem com a região, ajudasse a resolver problemas no contexto internacional.
Em uma entrevista à "Televisión Española", Rajoy falou da conversa que teve por telefone com Trump no último dia 7 e disse que teve outra interpretação.
"Eu não me ofereci como mediador de ninguém. Provavelmente não nos explicamos bem. Eu disse que tinha uma boa interlocução na América Latina e tínhamos uma história que nos une, afetos compartilhados, laços de toda tipo e relações muito boas", precisou.
Diante da polêmica gerada pela possível mediação espanhola, o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou em sua conta no Twitter que a "América Latina não precisa de interlocutores".
O presidente do Executivo lembrou hoje que a Espanha é, depois dos Estados Unidos, o segundo país que mais investe na América Latina. E acrescentou que explicou a Trump a posição de seu país na União Europeia e as boas relações com os Estados do norte da África.
"Isso transforma à Espanha em um país que pode ajudar a resolver muitos problemas no contexto internacional", afirmou, ao considerar razoável que ele, como presidente, defenda a importância da Espanha.
Rajoy disse que a conversa com Trump foi cordial e que ele deseja ter uma boa convivência com os Estados Unidos, embora possam existir posições distintas em alguns assuntos, momento em que lembrou seu apoio ao livre-comércio e aos acordos sobre o clima.
Sobre as críticas na opinião pública espanhola de que seu governo está sendo brando frente às decisões de Trump, ele explicou que uma de suas obrigações é se manter bem com todo o mundo.
"Eu sou o presidente do Governo. Se estivesse na minha casa e fosse advogado, provavelmente poderia dizer outras coisas. Eu não crítico o presidente dos Estados Unidos, nem o da Rússia, nem o da China, de nenhum país, porque não faz sentido, salvo seja um genocida ou ataque às pessoas", declarou Rajoy.