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Radicais e moderados islâmicos disputam 2º turno no Egito

Irmandade Muçulmana e fundamentalistas conseguiram a maior parte dos votos na primeira etapa da eleição

No 1º turno, a Irmandade Muçulmana recebeu 36,6% dos votos, enquanto os salafistas, mais radicais, conseguiram 24,3% (Peter Macdiarmid/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 11h53.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2017 às 16h56.

Cairo - Os islamitas do Egito , extasiados por uma vitória esmagadora no primeiro turno das eleições legislativas, estão engajados nesta segunda-feira na batalha do segundo turno contra os liberais e entre eles próprios, com um duelo entre a Irmandade Muçulmana e os recém-chegados salafistas.

Se o conjunto de movimentos islamitas receberam oficialmente 65% dos votos, a influente Irmandade Muçulmana (36,6%) tenta se distanciar dos fundamentalistas que ganharam no primeiro turno 24,3 %.

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Nesta segunda e terça-feira, os dois movimentos vão disputar as 20 cadeiras, que representam um terço do Parlamento, nas duas principais cidades do país, Cairo e Alexandria.

Hoje a movimentação de eleitores ainda era fraca em comparação ao primeiro turno, que foi marcado por uma participação (62%) sem precedente na história egípcia.

Em Alexandria, a disputa será particularmente apertada entre a Irmandade Muçulmana e os salafistas. Foi nesta cidade que o partido salafista Al-Nour nasceu, logo depois da queda do presidente Hosni Mubarack.

As eleições legislativas foram organizadas para acontecer em três zonas geográficas, uma após a outra. A eleição dos deputados vai até janeiro e depois a dos senadores até março.

Aproximadamente 50 milhões de eleitores, em um total de 82 milhões de egípcios, foram convocados à votação para eleger 498 membros da Assembleia do Povo (câmara dos deputados), enquanto os 10 outros serão nomeados pelo chefe do Exército e chefe de Estado, o marechal Hussein Tantawui.

Um terço é escolhido pelo voto nominal em dois turnos, o restante é atribuído às listas eleitas proporcionalmente.


Nesta primeira etapa, os liberais vão tentar recuperar espaço, principalmente no Cairo.

O Bloco Egípcio, principal coalizão liberal, obteve 13,3% dos votos no primeiro turno. O conjunto de liberais, divididos em duas listas, ganhou 29,3%, mas continuam divididos e não representam um grupo homogêneo.

As duas próximas etapas das legislativas vão deixar pouco espaço para o campo laico.

Os salafistas, mais intransigentes do que a Irmandade Muçulmana - que se apresenta como moderada - tomou a irmandade de surpresa e semeou medo em círculos laicos e coptas (cristãos egípcios).

O porta-voz da Irmandade Muçulmana, Mahmoud Ghozlane, pediu para "não colocar todos os islâmicos no mesmo cesto", referindo-se a Al-Nour.

Os salafistas são diferentes fisicamente da irmandade por suas barbas longas e trajes tradicionais e a maioria das mulheres usam o niqab. Com seu sucesso, aumentaram as declarações em favor de um Islã rigoroso, semelhante ao que está em vigor na Arábia Saudita.

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