Quem são os presidentes mais "verdes" da história dos EUA
Levantamento inédito feito pela revista Corporate Knights contou com a participação de representantes de 12 grupos ambientalistas de peso, como o WWF, Greenpeace, Worldwatch Institute e Friends of the Earth. Veja quem fez mais pelo meio ambiente e por quê
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 17h13.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h17.
São Paulo - A menos de dois meses da eleição presidencial americana, a Corporate Knights, publicação canadense especializada em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável, divulgou o resultado de um outro tipo de votação: a dos presidentes mais "verdes" da história dos Estados Unidos . O levantamento inédito contou com a participação de representantes de 12 grupos ambientalistas de peso, como o World Wildlife Fund (WWF), Greenpeace , Worldwatch Institute e Friends of the Earth. Cada um foi solicitado a classificar três governantes de acordo com a importância que deram ao meio ambiente . O primeiro presidente escolhido recebia três pontos, o segundo, dois pontos, e o terceiro ecolhido, um ponto. De um total de 44 presidentes que governaram o país ao longo de 223 anos, apenas oito receberam votos suficientes para compor o ranking. Os quatro últimos colocados foram Thomas Jefferson, Gerald Ford, Franklin Roosevelt e Bill Clinton. Os quatro presidentes mais "verdes" dos EUA você confere nos slides a seguir.
Theodore "Teddy" Roosevelt venceu com folga a pesquisa, somando um total de 28 pontos. Educado em casa quando criança, Roosevelt colecionava amostras da fauna e flora e se debruçava atentamente horas a fio sobre livros de história natural e zoologia. Na maturidade, a apreciação estética da natureza deu lugar à convicção de que as maravilhas naturais da América não era um luxo para poucos, mas uma herança comum ao povo americano e que deveria ser preservado ao longo de gerações. Em 1903, o então presidente dos EUA assinou um decreto que criava a primeira reserva nacional de proteção à vida silvestre na Ilha do Pelicano, na Flórida. Ao deixar o cargo, em 1908, ele havia criado 150 florestas nacionais, 51 reservas federais de aves e cinco parques nacionais. Na ponta do lápis, ele protegeu 230 milhões de hectares, cerca de 10% toda a área de terra dos Estados Unidos.
Único presidente americano a renunciar, Richard Nixon estava longe de ter a avidez conservacionista de Roosevelt e tampouco compartilhava do fervor ambientalista nascente das décadas de 60 e 70. O que Nixon tinha, no entanto, era um país de rios degradados e ar com níveis altos de poluição, além de 20 milhões de pessoas em passeata pela comemoração do primeiro Dia da Terra, em 1970. Independentemente do que pensasse, o momento era propício para a aprovação de leis ambientais. E foi isso o que Nixon fez. A lista de leis criadas durante seu mandato é de perder de vista. Entre elas, destacam-se a Lei Nacional de Política Ambiental, uma poderosa extensão da Lei do Ar Puro (que estabelecia padrões rigorosos para controle da poluição atmosférica), a Lei de Proteção dos Mamíferos Marinhos, a Lei da Água Potável, a Lei de Controle Ambiental Federal de pesticidas e a Lei de Espécies Ameaçadas. Nixon esteve na vanguarda da luta da defesa do meio ambiente, ainda, ao criar a Agência de Proteção Ambiental (EPA).
O ex-presidente americano Jimmy Carter foi eleito o terceiro governante americano que mais fez pelo meio ambiente - ou pelo menos tentou. Ao contrário de Nixon, Carter realmente se importava com a questão ambiental, tinha ideias e propostas ambiciosas, mas suas intenções eram muitas vezes anuladas pelas circunstâncias e execução fraca, diz o estudo da Corporate Knights. Ainda assim, o ex-presidente deixou um legado relevante. Durante seu governo, ele assinou o ato da conservação das terras do interesse nacional do Alaska em 1980, e criou o “Superfundo”, um programa federal para limpar áreas de contaminação industrial no país. Ao se deparar com a grave crise de petróleo que durou por todo seu governo, Carter criou legislações destinadas a incentivar a conservação de energia e estimular fontes alternativas de energia, como eólica e solar. Para dar o exemplo, mandou instalar paineis solares sobre a Casa Branca.
Quarto colocado, o atual presidente dos EUA, Barack Obama, frustrou muitos ambientalistas que viam em seu governo a oportunidade de gerar as mudanças necessárias para responder à altura o aquecimento global e as mudanças climáticas. Segundo Erich Pica, presidente da Friends of the Earth, a crise econômica mundial não deixou espaço para ações climáticas de grande peso. "Ele está muito mais interessado em economia global do que no ambiente", disse à Corporate Knights. Entretanto, Obama destinou nada menos do que 90 bilhões de dólares para energias renováveis e também lançou uma plano de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa que deverá estabelecer pela primeira vez um padrão de limites de poluição para veículos no país. Para muitos, isso já é suficiente para inclui-lo na lista na quarta posição. Obama também atualizou as regras da Lei do Ar Limpo, para o mercúrio e dióxido de enxofre, e incluiu o dióxido de carbono, o que ajudou a reduzir o papel do carbono-pesado da energia a carvão no mix de eletricidade americana.
Na tabela ao lado, você confere em quem cada grupo ambientalista votou. Abaixo, o ranking final com a pontuação e a colocação de cada um dos presidentes americanos:
Presidente | Partido | Pontuação |
---|---|---|
Teddy Roosevelt | Republicano | 28 |
Richard Nixon | Republicano | 15 |
Jimmy Carter | Democrata | 13 |
Barack Obama | Democrata | 7 |
Thomas Jefferson | Democrata-Republicano | 3 |
Gerald Ford | Republicano | 2 |
Franklin Roosevelt | Democrata | 2 |
Bill Clinton | Democrata | 1 |