Mundo

Quem lincha criminosos é assassino, diz governo argentino

O secretário de Segurança da Argentina disse que os que fazem justiça com as próprias mãos são assassinos


	Rua em Rosário, na Argentina: na cidade, um criminoso foi morto pelas agressões de moradores depois de ter roubado a bolsa de uma mulher
 (Wikimedia Commons)

Rua em Rosário, na Argentina: na cidade, um criminoso foi morto pelas agressões de moradores depois de ter roubado a bolsa de uma mulher (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 13h14.

Buenos Aires - O secretário de Segurança da Argentina, Sergio Berni, afirmou nesta quarta-feira que os que fazem justiça com as próprias mãos são "assassinos", em referência aos reiterados casos de linchamento de supostos criminosos.

"Não são moradores, estamos em frente a assassinos", disse Berni em declaração à rádio "La Red", de Buenos Aires.

Segundo jornais locais, nos últimos dez dias foram registrados em todo o país 12 casos de espancamentos em vias públicas a supostos assaltantes e batedores de carteiras.

O caso mais grave aconteceu na semana passada na cidade de Rosário, onde um criminoso foi morto pelas agressões ferozes de um grupo de moradores depois de ter roubado a bolsa de uma mulher que caminhava com sua filha.

"Esses casos devem ser condenados com o rigor do código penal", afirmou o secretário de Segurança argentino.

Berni reconheceu, no entanto, que o povo às vezes "reage com certa saturação" porque muitos criminosos, assim que são detidos pela polícia, são libertados pela Justiça.

"Entendo que a sociedade tenha certo saturação da porta giratória da Justiça mas seria um despropósito usar uma arma letal para deter o ladrão de um celular", assinalou.

Os casos de linchamento geraram polêmica entre o governo e setores da oposição, que culpam o Executivo dizendo que o Estado está ausente das ruas e "obriga" os cidadãos a se defenderem como pode.

"Se há um setor da Justiça que não quer trabalhar e outro não tem ferramenta, não é um Estado ausente; em lugar de ter um discurso demagógico, é preciso dar ferramentas aos juízes para que resolvam os problemas diários dos cidadãos", opinou Berni.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCrimeSegurança públicaViolência urbana

Mais de Mundo

Trump retoma campanha contra um Biden enfraquecido

Programa espacial soviético colecionou pioneirismos e heróis e foi abalado por disputas internas

Há comida nos mercados, mas ninguém tem dinheiro para comprar, diz candidata barrada na Venezuela

Companhias aéreas retomam gradualmente os serviços após apagão cibernético

Mais na Exame